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28/01/2013 - 09h20

Governo providencia estoque de pele para vítimas de incêndio no RS

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DA AGÊNCIA BRASIL
DE SÃO PAULO

O governo brasileiro já providencia estoque de pele para possíveis enxertos nas pessoas que tiveram queimaduras no incêndio que atingiu a boate Kiss, em Santa Maria (RS), ontem. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, bancos de pele de todo o país e dos vizinhos como a Argentina, o Peru e Uruguai já foram acionados para disponibilizar material, caso seja necessário.

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"Esse material não é utilizado no primeiro atendimento. Geralmente, ele é usado até quatro dias depois, de acordo com a evolução do quadro, é como uma cirurgia plástica. Aqui no Brasil, temos reserva nos bancos de pele no Rio Grande do Sul, em São Paulo e Pernambuco. Tivemos contato prévio com os da Argentina, do Uruguai e Peru, que serão trazidos para cá se for necessário", disse Padilha.

Segundo ele, cerca de 20% das vítimas do incêndio internadas nos hospitais têm grandes queimaduras, que exigem cuidados mais delicados. Apesar de eles representarem minoria, o ministro receia que algumas pessoas que não estão necessitando da ajuda de aparelhos para respirar possam ter o quadro clínico agravado nos próximos dias.

Durante a madrugada, 39 pacientes foram removidos para o centro de referência no tratamento de queimados em Porto Alegre e outros devem sair de Santa Maria para a capital gaúcha na manhã de hoje. O que o governo quer é garantir reserva de vagas nas unidades de terapia intensiva em Santa Maria.

"Temos uma boa estrutura de leitos de UTI na cidade, ontem havíamos removido os poucos pacientes que tinham quadro de grandes queimados, mas queremos manter a possibilidade de ter leitos vagos de retaguarda aqui em Santa Maria. Porque pode haver a evolução de alguns pacientes internados e que não estão em ventilação mecânica ainda, mas que podem evoluir", avaliou Padilha.

O ministro alertou que existe um efeito tardio da fumaça inalada pelas pessoas que estavam na boate. Segundo ele, essas pessoas podem não ter apresentado sintomas no primeiro momento, mas podem se sentir mal em até quatro dias. "É um quadro de tosse e falta de ar, que chamamos de pneumonite química, que pode se desenvolver até três dias depois", explicou.

Ao todo, 121 pessoas estão internadas em quatro cidades do Rio Grande do Sul. Desses, 80 estão em Santa Maria, onde mais 17 leitos de UTI já estão prontos para atender os casos mais graves. O ministro disse não ter notícias de novas mortes entre os feridos de ontem à noite até agora de manhã.

FATALIDADE

A direção da boate Kiss divulgou uma nota ontem afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio que matou 231 pessoas a uma "fatalidade". A maior parte das vítimas morreu por asfixia e mais de cem pessoas também ficaram feridas.

"Lamentamos sinceramente a extensão da tragédia que excedeu a toda a normalidade e previsibilidade de qualquer atividade empresarial, creditando o terrível acontecimento a uma fatalidade que somente Deus tem condições de levar o consolo e o conforto espiritual que desejamos a todos os familiares e ao povo santa-mariense, gaúcho e brasileiro", diz a nota.

O secretário nacional de Defesa Civil, Humberto Viana, informou que o plano de combate a incêndio da casa está vencido desde agosto de 2012. Já a Polícia Civil afirmou que a casa estava com o alvará de funcionamento vencido também desde o ano passado, mas estava em processo de renovação.

VELÓRIO

Um ato ecumênico, em homenagem às vítimas do incêndio da Boate Kiss, está previsto para ocorrer na manhã desta segunda-feira em Santa Maria (RS). A celebração será feita pelo arcebispo da cidade, dom Hélio Adelar Rupert no CDM (Centro Desportivo Municipal), onde acontece um velório coletivo das vítimas.

Durante a madrugada, cerca de 40 corpos ainda eram veladas no ginásio. Segundo autoridades, apenas um corpo, de uma mulher, ainda não havia sido identificado. Oito corpos, já identificados, ainda não tinham sido procurados pelas famílias e foram transferidos para caminhões refrigerados.

O enterro da maior parte das vítimas deverá ocorrer no cemitério municipal, onde o Exército já trabalhava desde ontem para abrir as covas, mas ainda não há previsão de horário. Muitos corpos foram levados para outras cidades próximas a Santa Maria e para Porto Alegre (RS).

 

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