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Instalação de UPP não inibe atuação do tráfico na Mangueira
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MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
A instalação de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no Morro da Mangueira, zona norte do Rio, não inibiu a ação de traficantes de drogas na comunidade.
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Há um ano e meio, a presença policial e a prisão no Paraguai de Alexander Mendes da Silva, o Polegar, então chefe do tráfico na área, afastaram os traficantes. Mas atualmente a situação é outra.
A polícia tem informações de que, apesar de preso em uma penitenciária de segurança máxima, em Porto Velho (RO), ele ainda comanda o tráfico no morro.
No início da semana, três pessoas ligadas à favela foram assassinadas. A Delegacia de Homicídios investiga se os crimes têm ligação com a disputa pela venda de drogas na comunidade.
Dos três mortos, dois eram sobrinhos do ex-traficante Francisco Testas Monteiro, o Tuchinha, que será chamado pela polícia para depor.
O primeiro morto foi Acir Monteiro da Silva, o 2k, apontado como fornecedor de drogas na Mangueira. Ele foi metralhado domingo à noite em frente ao prédio onde morava, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade.
Horas depois, foi assassinado Marcus Vinícius da Silva Monteiro, o Quinho. Ele foi baleado na cabeça -seu corpo foi queimado no interior de um Honda Civic, em São Cristóvão, a cerca de quatro quilômetros da favela.
Polegar também é sobrinho de Tuchinha, que desligou-se do tráfico e hoje trabalha na ONG Afroreggae.
O que a polícia não conseguiu ainda esclarecer é se há um grupo agindo contra Polegar ou se ele brigou com membros da família, como já aconteceu outras vezes.
PORTAS FECHADAS
Por causa das mortes, o comércio da região fechou as portas por dois dias.
Situação que era comum no Rio antes da pacificação das favelas, essa foi a primeira vez, em uma comunidade com UPP, que traficantes conseguiram determinar que comerciantes fechassem as suas lojas em sinal de luto pela morte de um deles.
Comandante da UPP da Mangueira, o capitão Leonardo Nogueira não atendeu às ligações telefônicas da Folha.
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