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Fiscais suspeitos de corrupção já foram punidos pela prefeitura
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EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
Os dois fiscais da Prefeitura de São Paulo presos em flagrante na semana passada por suspeita de corrupção já tinha sido punidos pelo mesmo crime.
Servidores são presos acusados de receber propina
Engenheiro da prefeitura é preso sob suspeita de corrupção
Nicola Caramico, 69, e Sheila Maria Rodrigues Adell Caramico, 62, que são casados, foram presos em um café do shopping Morumbi ao receberem R$ 40 mil do engenheiro responsável pela obra de um hospital.
A operação foi montada em conjunto pela Controladoria-Geral do Município e Polícia Civil com colaboração da direção do hospital e da empresa responsável pela obra.
Nicola era chefe da fiscalização da Subprefeitura de Santo Amaro --cargo do qual foi exonerado nesta sexta-feira. Sheila é fiscal do mesmo órgão.
Os dois são funcionários de carreira da prefeitura desde a década de 1970 e já responderam, juntos e separados, processos por corrupção e outras irregularidades.
OS CASOS
Em setembro de 1986, a prefeitura abriu uma sindicância contra Nicola por irregularidades administrativas. No mês seguinte ele foi suspenso preventivamente.
Em dezembro de 1987, a prefeitura decidiu demiti-lo a bem do serviço público. Dias depois, porém, sua pena foi alterada para suspensão do trabalho por 90 dias.
Este não havia sido o primeiro caso envolvendo Nicola. Em junho de 1982 ele já havia sido punido com suspensão de 60 dias por suspeita de cobrança de propina de um empresário da zona norte dois anos antes.
Em 1989 ocorreu a primeira investigação envolvendo marido e mulher juntos.
Eles eram suspeitos de corrupção e de deixarem de cobrar uma multa de um imóvel na avenida Deputado Emílio Carlos, na zona norte.
Na época, o casal trabalhava na Administração Regional (atual subprefeitura) da Freguesia do Ó. A investigação se arrastou até 1995, quando os dois foram suspensos por 90 dias.
Em 1988, Sheila havia sido investigada por suspeita de corrupção. Chegou a ser suspensa preventivamente por 90 dias, mas foi absolvida. Neste caso, o processo todo durou um mês e meio.
PUNIÇÃO
A prefeitura não quis comentar os casos antigos.
Sobre o atual processo contra o casal, a prefeitura informou apenas que eles respondem a um inquérito administrativo especial, apelidado de "via rápida", que pode levar à demissão dos dois. O inquérito corre em sigilo.
O "via rápida" pode ser aplicado em casos de corrupção praticada por servidores públicos.
O Controlador-Geral do Município, Mário Vinicius Spinelli, disse, em entrevista recente à Folha, que o órgão vai adotar medidas de controle interno para impedir casos de corrupção e, quando constatados, para garantir que os servidores sejam demitidos rapidamente e impedidos de voltar ao trabalho.
A Justiça mandou soltar o casal Caramico nesta sexta-feira. A defesa deles nega que eles tenham cobrado propina. O advogado dos dois não foi localizado ontem para comentar os casos anteriores.
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