CPIs vão investigar sumiço de pertences das vítimas do vôo da Gol
As CPIs do Apagão Aéreo na Câmara e no Senado vão investigar o sumiço de pertences das vítimas do vôo da Gol, que caiu em 29 de setembro de 2006.
O relator da CPI do Apagão Aéreo no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), disse que as denúncias são graves e a comissão precisa apurar se houve desvio de objetos recolhidos no local do acidente.
O deputado Marco Maia (PT-RS), relator da CPI do Apagão na Câmara, disse estar disposto a pedir informações à Aeronáutica, ao IML (Instituto Médico Legal) de Brasília e à Gol sobre a coleta do material no local do acidente. "Me parece conveniente que se estabeleça um processo de investigação por parte das CPIs. Vou pedir as devidas explicações técnicas de como foi feito o resgate dos bens das vítimas."
Familiares querem saber como objetos pessoais dos mortos --celulares, cartões de crédito e documentos-- foram parar nas mãos de falsários, segundo foi noticiado pelo jornal "O Estado de S.Paulo". Corpos de vítimas, que nunca se separaram de seus pertences, como jóias, anéis, colares e relógios, foram entregues sem esses objetos.
Os dois parlamentares pretendem discutir as denúncias nas reuniões das comissões que serão realizadas nesta terça-feira.
Aeronáutica
A FAB (Força Aérea Brasileira) rebateu as acusações de que militares teriam sido os únicos responsáveis pela coleta dos objetos no local do acidente. Segundo a Aeronáutica, foram identificados dois tipos de materiais na região de mata fechada em Mato Grosso, onde o Boeing da Gol caiu após chocar-se com jato Legacy.
A primeira parte do material diz respeito a objetos que estavam no corpo das vítimas. O restante, como malas e bagagens, também foi recolhido por militares, mas depois seguiu para a Gol, que ficou com a tarefa de repassar aos parentes das vítimas.
A Aeronáutica afirmou que estiveram presentes no local do acidente, além de militares da FAB, peritos da Polícia Civil, representantes do IML do DF, bombeiros, policiais militares, membros do Exército e jornalistas que acompanharam o trabalho de resgate.
Segundo a FAB, foram identificados no local do acidente, 1,6 tonelada de material, que foi catalogado e encaminhado à Gol. A Aeronáutica afirmou que nunca houve ação para localizar bens perdidos na mata, apenas a procura por sobreviventes e, em seguida, por corpos das vítimas.
Surpresa
A Folha Online apurou que a FAB foi pega de surpresa com as denúncias, uma vez que se reúne mensalmente com familiares das vítimas e nunca recebeu queixas do sumiço de objetos pessoais.
A Aeronáutica, no entanto, não pretende abrir boletim de ocorrência para apurar as denúncias, já que os familiares procuraram a polícia para denunciar o fato.
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