Polícia ouve idosa que era mantida em porão em Sorocaba (SP)
A idosa de 64 anos que era mantida em cárcere privado pelo ex-marido e a mulher dele em Sorocaba (99 km de SP) depôs na noite de quinta-feira (27).
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A polícia foi até a casa do filho da vítima para ouvi-la, mas, de acordo com a delegada Ana Luíza Salomone, Sebastiana Aparecida Groppo tem deficiência mental e não consegue se expressar claramente.
Sebastiana foi encontrada na quarta-feira no porão de 12 m2 da casa onde vivia. Deitada nua na cama, estava enrolada em um cobertor. O porão não tinha luz nem água e a única janela estava fechada.
A delegada afirmou que as paredes estavam mofadas e cheias de caramujos e que havia baratas mortas e fezes no chão do banheiro.
Ontem, a idosa passou por um médico legista, que diagnosticou doença mental. Ele não conseguiu identificar precisamente o transtorno. Sebastiana está na casa do filho mais novo, João Batista Groppo Júnior, 35, na cidade de Alumínio (75 km de São Paulo).
Em depoimento, Júnior afirmou que não via sua mãe desde 2009 porque tem problemas de relacionamento com o pai. Ele disse à delegada que sabia que a mãe morava no porão, mas que não conhecia o estado do local. No último dia que visitou Sebastiana, ele não desceu até o cômodo --foi a mãe que subiu para vê-lo, de acordo com a delegada.
O ex-marido de Sebastiana, João Batista Grotto, 64, e sua mulher, Maria Aparecida Furquim, 58, foram presos em flagrante na quarta. Grotto disse, segundo a delegada, que a idosa era mantida no porão para sua própria segurança, já que, se saísse da casa, não saberia o caminho de volta. Em relação às condições do cômodo, afirmou que "era o que podia oferecer".
Grotto disse, em um primeiro momento, que a ex-mulher vivia com ele desde 1985. Depois, mudou a data para 1995. No interrogatório, falou que era desde 2003. A delegada afirmou que, durante esse período, Sebastiana também morou com um filho, que morreu em 2003.
A atual mulher de Grotto disse, ainda de acordo com a delegada, que não sabia que manter a idosa no porão era crime. Ela acrescentou que cuidava de Sebastiana, dando banho, remédios e cortando seu cabelo.
A delegada aguarda o outro filho de Sebastiana chegar dos Estados Unidos para ouvi-lo. Na próxima semana, a filha de 19 anos de Grotto e de Furquim também deve prestar depoimento. Ela morava com o casal e com a idosa.
O filho mais novo de Sebastiana afirmou à delegada que vai aguardar o irmão voltar de viagem para decidir se contratará uma enfermeira ou se internará a mãe em uma clínica.
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