Vítima de raio era responsável por esvaziar parque durante chuva
A segurança Maria Aparecida Bueno, 45, era uma das responsáveis por pedir aos usuários do parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo, que abandonassem o local quando começasse a chover e a cair raios na região, segundo a direção do parque. Ela foi atingida por um raio ontem (20).
Mulher é atingida por raio no Parque Villa-Lobos, em SP
Segundo a assessoria do Hospital das Clínicas, a mulher permanece internada em estado grave na unidade. O acidente ocorreu por volta das 16h. A direção do parque diz que a funcionária estava perto do parquinho infantil, atrás do novo orquidário, quando recebeu a descarga elétrica.
Logo após os raios e a chuva começarem, ela pegou a bicicleta que usava para fazer a ronda e tentou obter abrigo em um dos banheiros do local. Testemunhas relataram que ela saiu do parque desmaiada em uma ambulância do Samu após receber o primeiro atendimento.
Especialistas são unânimes em dizer que grandes áreas descampadas, como é o caso do parque Villa-Lobos, são consideradas de risco quando o temporal começa a se armar sobre o local.
Em janeiro de 2001, dois adolescentes morreram no mesmo parque Villa-Lobos atingidos por dois raios. Uma das vítimas, de 15 anos, estava sob um dos quiosques do parque, onde não havia para-raio.
Uma garota de 12 anos morreu ao tentar atravessar o campo de futebol do parque para se abrigar do temporal.
O Villa-Lobos, nos finais de semana e feriados, recebe de 20 mil a 30 mil pessoas. Durante um temporal com muitos raios, as pessoas devem tentar abrigo dentro de carros, casas ou edifícios, segundo os especialistas.
Carlos Cecconello/Folhapress | ||
Carro do Samu em frente ao Parque Villa-Lobos, em São Paulo, onde raio atingiu uma funcionária de 45 anos |
PARA-RAIOS
O sistema de para-raios que existe no parque Villa-Lobos é eficiente, existem mais de 15 para-raios no local, afirma a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, responsável pelo parque.
Segundo a secretaria, todos os prédios do parque estadual estão aparelhados com o dispositivo para a proteção de descargas elétricas atmosféricas.
A direção do parque diz que exatamente por causa das duas mortes, há dez anos, que todo o prédio construído no parque tem agora seu próprio para-raio.
Outra medida adotada após os acidentes de 2001 são de responsabilidade da própria segurança. Todos os funcionários recebem a ordem de pedir para os visitantes abandonarem o parque quando raios e trovões começam a surgir.
Mesmo com todo o sistema de segurança em operação, áreas como a do Villa-Lobos continuam vulneráveis, dizem os técnicos. Existem árvores altas e redes elétricas perto. Dois elementos que servem de chamariz para os raios.
Apesar dos relatos de acidentes graves, estudos mostram que é pequena a chance de uma pessoa ser atingida por um raio _seis em um milhão no caso do Estado de São Paulo, indicam estimativas do grupo de eletricidade atmosférica do Inpe.
No país, caem em média 24 mil raios por dia. Na última década, os registros mostram que 132 pessoas morreram, a cada ano, por causa das descargas elétricas. O prejuízo material causado pelo fenômeno meteorológico é da ordem de R$ 1 bilhão
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