Há muito a ser feito, diz Beltrame após ocupação na Mangueira
O secretário estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou neste domingo que ainda "tem muita coisa a ser feita" no Estado ao comentar a ocupação do morro da Mangueira, na zona norte, em entrevista coletiva a jornalistas.
"Ninguém está dando o jogo como ganho", completou, lembrando que 55 mandados de prisão foram cumpridos nos últimos dois meses no morro da Mangueira e a ação na manhã de hoje, para a instalação da 18ª UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), aconteceu "sem disparar um tiro, sem ferir ninguém". "A polícia chega para ficar."
Veja galeria de imagens da invasão do morro
Beltrame destacou ainda que é melhor "ocupar uma área sem ter nenhuma baixa, com o compromisso permanente de ir atrás [dos criminosos que fugiram], do que entrar numa situação [inadequada] e colocar a população em risco". "A saída dessas pessoas para outros lugares os deixa vulneráveis porque saem das áreas onde tinham o domínio", ressaltou.
O secretário de Segurança Pública afirmou que "problemas existem e vão continuar", mas "o trabalho tem índices quantitativos e qualitativos que são animadores".
Até agora, 32 veículos e 300 trouxinhas de maconha foram recolhidos no morro da Mangueira. Dois menores foram apreendidos e um adulto foi preso com entorpecentes.
OCUPAÇÃO
Policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão) interromperam o trânsito na manhã deste domingo na avenida Visconde de Niterói, um dos acessos ao morro da Mangueira. Carros de passeio e motos são parados pelos policiais nas três barreiras montadas para auxiliar na ocupação.
Policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) percorrem ruas e vielas em busca de armas e drogas. Moradores são revistados nos acessos aos morros da Mangueira, Telégrafos, Candelaria e Tuiuti.
Todas as equipes estão sendo monitoradas pela secretaria de Segurança Publica através de um GPS que mostra o deslocamento das tropas no centro de comando da operação montado em um quartel do Exército, em São Cristóvão.
Pouco antes das 11h, o helicóptero da Policia Militar jogou três tipos de panfletos pedindo a ajuda da comunidade na ocupação dos morros. Em um dos panfletos há fotos de quatro traficantes foragidos que pertencem a facção Comando Vermelho: Alexander Mendes da Silva, conhecido como Polegar, Fabiano Atanazio, o FB, Lucio Mauro dos Passos, o Biscoito, e Luiz Claudio Correa, o Claudinho. Os papéis possuem telefones do Bope para as denúncias.
Eduardo Naddar/Folhapress | ||
Operação neste domingo no morro da Mangueira, no Rio de Janeiro, para instalação da 18ª UPP do Estado |
Cerca de 600 homens das polícias Civil e Militar, além de fuzileiros navais, participaram da operação que começou por volta das 6h. Quatro blindados da Marinha levam homens do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e dos Fuzileiros Navais pelos acessos ao morro do Telégrafo.
A nova unidade fecha a espécie de cinturão de segurança que está sendo criado diante do complexo do Maracanã, onde haverá jogos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
As outras favelas da região que também possuem UPPs são os morros da Formiga, Andaraí, Borel, Macacos e São João. Isso permitiria que o trajeto até os locais de competição fosse feito sem que se precisasse passar por comunidades com traficantes ostentando fuzis ou pistolas.
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