Com medo de fiscais e de pouco público, casas não abrem em SP
O temor de um aperto na fiscalização, a expectativa de público baixo --reflexo do incêndio no Sul-- e o início de reformas para se ajustar ou revisar itens de segurança levaram mais casas noturnas a fechar as portas em São Paulo.
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Ontem, quatro estabelecimentos decidiram não abrir. Alberta#3, Studio SP, Sarajevo e Clash cancelaram a programação e não confirmaram quando irão reabrir.
As casas se juntam a outros estabelecimentos que já haviam decidido fechar até a próxima semana, como Yatch e Lions. Anteontem, Lab Club e A Lôca também não abriram.
Oficialmente, a maioria diz que a interrupção é um gesto de solidariedade às vítimas do incêndio em Santa Maria.
Mas o medo da fiscalização foi citado por parte dos empresários, que disseram, sob condição de anonimato, ter percebido um clima de "caça às bruxas" após a tragédia.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Fachada de boate da rua Augusta, no centro de São Paulo que ficou fechada para reparos após tragédia no RS |
MEDO
Um deles disse à Folha que fechou devido ao risco de alguma blitz de fiscais aparecer em sua casa noturna acompanhada, por exemplo, de uma equipe de TV, o que traria publicidade negativa ao local, mesmo que o estabelecimento esteja em situação legal na prefeitura.
Outros afirmaram que já esperavam um público baixo por causa da "histeria coletiva" trazida pela repercussão, com clientes com medo de entrar em boates e até pais vetando a saída dos filhos.
Com as portas fechadas, algumas casas decidiram promover reformas e revisar equipamentos e esquemas de segurança.
O Studio SP, na rua Augusta, por exemplo, disse que interrompeu momentaneamente seu "funcionamento para uma ampla averiguação de todos os itens de segurança".
REFORMA
A Sarajevo, também na Augusta, disse que está com a documentação em dia, mas vai aproveitar o período fechada para fazer uma reforma nas instalações. Ela deve reabrir depois do Carnaval.
Procurado, o Alberta#3 não se manifestou. O responsável pelo Clash não foi encontrado pela reportagem.
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