Justiça do RS nega pedido de liberdade a dono da boate Kiss
A Justiça do Rio Grande do Sul negou na manhã desta quinta-feira o pedido de liberdade a Elissandro Spohr, 28, o Kiko, um dos donos da boate Kiss. Ele está internado em Cruz Alta (RS) sob custódia policial, após o incêndio que matou 235 pessoas em Santa Maria (RS).
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Jader Marques, advogado de Kiko, pediu a liberação de seu cliente ontem, mas o juiz plantonista Afif Jorge Simões Neto, na Comarca de Santa Maria, negou alegando que o decreto de prisão temporária "embasou-se em sólidos fundamentos" e que não caberia a ele rever a decisão de seu colega.
Outro elemento destacado pelo magistrado ao negar a liberdade do suspeito foi a polícia aguarda a recuperação de Kiko para chamá-lo para um novo depoimento.
A prisão temporária de Kiko e outras três pessoas deve terminar nesta sexta-feira (1º). O delegado que coordena as investigações, Marcelo Arigony, pediu ontem a renovação das prisões por mais cinco dias e aguarda a decisão da Justiça.
O advogado do suspeito afirmou ontem que os proprietários revestiram por conta própria o teto do estabelecimento em cima do isolamento acústico. Segundo testemunhas, foi no teto que começou o incêndio, após um integrante da banda usar um sinalizador.
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INCÊNDIO
O incêndio aconteceu na madrugada de domingo (27) na boate Kiss, localizada no centro de Santa Maria (RS). O local é famoso por receber estudantes universitários. Ao todo, 235 pessoas morreram e outras 145 permanecem internadas
O fogo teria começado na espuma de isolamento acústico da boate, após um integrante da banda Gurizada Fandangueira manipular um sinalizador. Faíscas atingiram o teto e iniciou as chamas. O guitarrista da banda afirmou que o extintor de incêndio não funcionou.
Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.
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A maioria das vítimas morreu por asfixia durante a festa promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.
No local, havia apenas uma uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.
A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia.
A direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade".
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