Ex-funcionária da Kiss diz que não encontrava extintores após obra
Vanessa Vasconcellos, ex-relações públicas da boate Kiss, atingida por incêndio no último domingo (27), afirmou em depoimento à polícia que não via mais extintores na casa noturna após uma reforma feita no ano passado.
Veja lista completa de mortos no incêndio
Enquete: Você pretende mudar sua vida noturna?
Veja imagens da boate Kiss após incêndio no RS
Cliente diz que Kiss não tinha extintores; polícia analisa fotos
SP inicia blitze em boates; Rio interdita duas casas na Barra da Tijuca
Fiscais e bombeiros farão vistoria conjunta em estabelecimentos de SP
Vanessa trabalhou no local entre dezembro de 2010 e dezembro de 2012. Sua irmã, Letícia Vasconcellos, foi uma das vítimas que morreram no incêndio.
De acordo com a testemunha, Elissandro Spohr, 28, o Kiko, um dos donos da boate Kiss, fazia reformas no local com muita frequência e, desde a última obra de renovação, ela afirma não ter visto mais os equipamentos de segurança.
Ainda de acordo com Vanessa, o empresário procurava fazer tudo da maneira mais barata possível, incluindo as obras na casa noturna. "O que ele podia conseguir de graça, ele fazia", contou.
Enquanto ainda trabalhava na Kiss, Vanessa era responsável por fazer o site da casa noturna. Ela afirmou à policia que, na última versão da página, Kiko comentou que as fotos estavam ótimas, mas era uma pena que os extintores de incêndio estivessem aparecendo, já que eles deixavam o local "feio".
O advogado Jader Marques, que representa o sócio Elissandro Spohr, 28, afirmou ontem que os proprietários revestiram por conta própria o teto do estabelecimento em cima do isolamento acústico. Segundo testemunhas, foi no teto que começou o incêndio, após um integrante da banda usar um sinalizador.
Apesar dos pontos apurados pela polícia, o advogado nega a superlotação do local e afirma que "não havia nada de irregular" na casa noturna e que ela estava em plenas condições de funcionamento.
INCÊNDIO
O incêndio aconteceu na madrugada de domingo (27) na boate Kiss, localizada no centro de Santa Maria (RS). O local é famoso por receber estudantes universitários. Ao todo, 235 pessoas morreram e outras 138 permanecem internadas
O fogo teria começado na espuma de isolamento acústico da boate, após um integrante da banda Gurizada Fandangueira manipular um sinalizador. Faíscas atingiram o teto e iniciou as chamas. O guitarrista da banda afirmou que o extintor de incêndio não funcionou.
Sobreviventes relataram que, antes de perceberem o incêndio, os seguranças teriam impedido os jovens de saírem sem pagar.
Editoria de Arte/Folhapress |
A maioria das vítimas morreu por asfixia durante a festa promovida por alunos da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria). Muitas foram encontradas amontoadas nos banheiros, por onde tentaram fugir do fogo.
No local, havia apenas uma uma porta, que funcionava como a única passagem de entrada e saída da boate. Bombeiros e sobreviventes quebraram a fachada da casa noturna a marretadas para retirar as pessoas.
A boate Kiss, com capacidade para até 691 pessoas, recebeu entre 900 e 1.000 no dia do incêndio, de acordo com a polícia.
A direção da boate Kiss divulgou nota afirmando que a casa estava dentro da normalidade e creditou o incêndio a uma "fatalidade".
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Conheça as principais falhas da tragédia que deixou mais de 200 mortos e 100 feridos em Santa Maria, no RS |
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Acompanhe toda a cobertura dos blocos, festas e desfiles do Carnaval 2018, desde os preparativos
Tire as dúvidas sobre formas de contaminação, principais sintomas e o processo de imunização
Folha usa ferramenta on-line para acompanhar 118 promessas feitas por Doria em campanha