Nova central de trânsito em SP terá mais mil câmeras
A Secretaria dos Transportes de São Paulo anunciou nesta segunda-feira, em audiência pública, detalhes da central de monitoramento que vai integrar a gestão do trânsito e do transporte público em São Paulo.
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A intenção da prefeitura é que a cidade tenha metade da rede de semáforos com tecnologia inteligente, em que os tempos do verde e vermelho são programados automaticamente de acordo com o fluxo.
Segundo o secretário Jilmar Tatto, hoje apenas 105 dos 6.169 cruzamentos com semáforos são inteligentes. O motivo principal não é a falta de equipamentos, mas de comunicação entre os aparelhos e as centrais de controle.
Para atingir o objetivo, será necessária a instalação de cerca de 1.000 km de cabos de fibra ótica --atualmente são cerca de 120 km. Tatto afirma que a implantação completa do plano deve melhorar a fluidez do tráfego em 20%.
Também está prevista a compra de outros equipamentos: cerca de mil câmeras para monitorar o trânsito, 150 painéis de mensagens para alertar congestionamentos e 15 detectores de altura, usados para que veículo altos, como caminhões, não fiquem "entalados" embaixo de viadutos.
A prefeitura promete disponibilizar todos os dados da nova central na internet, em tempo real, e criar aplicativos para celular.
INTEGRAÇÃO
Atualmente, o controle do tráfego e da circulação dos ônibus é feito de forma isolada por duas empresas municipais: a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), que cuida do trânsito, e a SPTrans (São Paulo Transporte), responsável pelo transporte coletivo.
Segundo a secretaria, a integração será possível a partir da implantação de um programa que possibilite o compartilhamento das informações da Central de Operações da SPTrans com todas as centrais da CET (como de operações, semáforos e câmeras instaladas na cidade).
Hoje os técnicos que monitoram os ônibus só recebem informações levantadas pela CET, como panes em semáforos ou alagamentos, por meio de telefonemas ou e-mails. Ocorrências de ônibus quebrados que bloqueiam vias também não são informadas à CET em tempo real.
Na nova central, conforme a Folha antecipou, as duas empresas vão compartilhar essas e outras informações em uma única tela. Também está prevista a possibilidade do local reunir dados sobre vagas de estacionamento, operação do metrô e ocorrências da polícia e bombeiros.
POLÊMICA
Durante a audiência pública, representantes de empresas fornecedoras e consultores questionaram Tatto sobre o padrão que foi adotado pela prefeitura na comunicação dos semáforos com as centrais.
Eles afirmam que, apesar de ser do tipo "protocolo aberto" (que permite a integração de marcas e modelos diferentes), ele só é adotado na Inglaterra, poucas empresas trabalham com ele --o que diminuiria a concorrência-- e nenhuma delas é brasileira.
Visivelmente irritado com o questionamento insistente, Tatto disse que o padrão foi escolhido pela área técnica da CET, baseada na experiência e nos equipamentos já em uso atualmente. Ele disse ainda que a polêmica era causada pela "guerra comercial" entre as empresas, que preferem um padrão fechado, e que as empresas nacionais buscarão soluções para participar do certame.
A nova central, chamada de Central Integrada de Mobilidade Urbana, ficará no prédio da CET na Bela Vista (região central). O imóvel ganhará "um banho de loja", segundo Tatto.
Segundo o cronograma apresentado hoje, o edital da licitação será publicado no mês que vem, com valor estimado em R$ 300 milhões. A empresa ou consórcio vencedor deverá assinar o contrato em agosto, para o início dos trabalhos em setembro. A previsão é que a implantação demore dois anos e seja finalizada em setembro de 2015. (ANDRÉ MONTEIRO)
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