Justiça liberta nove acusados de invasão do Hotel Intercontinental no Rio
Uma liminar concedida pelo desembargador Siro Darlan, no dia 19 de abril, libertou nove condenados responsáveis por invadir o Hotel Intercontinental, em São Conrado, na zona sul do Rio. O crime aconteceu em agosto de 2010. Hóspedes e funcionários foram feitos reféns na ocasião após o confronto entre os criminosos e policiais militares.
Veja as fotos da invasão do hotel no Rio
A decisão atendeu um recurso da defesa que alegou que os acusados não puderam aguardar o julgamento em liberdade. De acordo com o advogado Alberico de Brito Montenegro Neto, os seus clientes sofreram "constrangimento ilegal" e no curto período em que estiveram em liberdade sempre "atenderam a todos os prazos determinados pela Justiça".
Em janeiro deste ano, os nove criminosos foram julgados e condenados pelos crimes de cárcere privado, sequestro, associação para o tráfico, porte de arma e resistência à prisão. As condenações variaram entre 14 e 18 anos. Apenas três estavam presos e outros seis foram condenados à revelia.
Na segunda-feira (29), policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha prenderam Vítor Gomes Eloi, 29. Ao chegar na delegacia da Gávea, os PMs descobriram que o mandado de prisão contra ele estava suspenso.
O mesmo vale para Alan Francisco da Silva, Vinícius Gomes da Silva, Washington de Jesus Andrade Paz, Rogério Avelino da Silva, Davi Gomes de Oliveira, Jackson Nascimento Gomes da Silva, Técio Martins da Silva e Ítalo de Jesus Campos que participaram da ação.
21.ago.10/Reuters | ||
Fachada do Hotel Intercontinental, em São Conrado, na zona sul do Rio, que foi invadido por traficantes |
INVASÃO
No dia 21 de agosto de 2010, o hotel, de cinco estrelas, estava com todos os 418 apartamentos ocupados, quando dez bandidos invadiram suas dependências e fizeram 35 reféns, entre funcionários e hóspedes, por um período de três horas. Seis pessoas ficaram feridas e outra morreu na ação.
O bando se deslocava entre as favelas do Vidigal e da Rocinha quando se deparou com carros da Polícia Militar, iniciando uma troca de tiros, causando pânico aos moradores. O comércio e o shopping Fashion Mall chegaram a ficar fechados. Em seguida, para fugir da polícia, os criminosos invadiram o hotel.
O grupo era liderado pelo traficante Antônio Bonfim Lopes, o "Nem" da Rocinha, preso em novembro de 2011. A ação não vale para Nem. Ele cumpre pena em uma prisão federal por outros crimes e permanecerá preso.
Na época, com medo de novos ataques, turistas cancelaram reservas e vários hóspedes anteciparam a saída.
Os hóspedes relataram momentos de pavor. Um turista estrangeiro, que estava no 16º andar, amarrou um lençol na janela, mas foi convencido de que seria impossível fugir pela fachada.
Na ocasião, a PM negou que a ação tenha se iniciado após tentativa frustrada da polícia de fazer uma emboscada para prender Nem. A polícia alega que um grupo de 40 traficantes seguia em direção à favela quando a PM os encontrou.
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