Manifestantes se dispersam no Complexo da Maré; av. Brasil é liberada
Após pouco mais de uma hora de manifestação dos moradores do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, a pista da direita da avenida Brasil, no sentido zona oeste, havia sido liberada. Manifestantes que se concentravam no local começavam a se dispersar.
O grupo protestava contra a violência policial, e era formado por moradores das 16 comunidades que fazem parte do complexo. O movimento contou com a adesão de sociólogos e especialistas da área de segurança pública de faculdades particulares e publicas do Rio.
Segundo o comandante do batalhão da Maré, coronel Rodrigo Sanglard, havia 5.500 pessoas no protesto. Os manifestantes se reuniram na altura da passarela nove da avenida Brasil, um dos acessos do complexo. Por volta das 17h, ocuparam a pista da direita da avenida, no sentido zona oeste, e ficaram concentrados no local. Outras três pistas da via, uma no sentido zona oeste e outras duas no sentido centro permaneceram abertas para o tráfego.
Moradores afirmam que o Bope (Batalhão de Operações Especiais), da PM do Rio, protagonizou uma ação violenta na comunidade da Nova Holanda, uma das favelas que integram o complexo. Na ocasião, a operação realizada na madrugada de 25 de junho resultou na morte de 10 pessoas; entre elas, um policial do Bope.
"Queremos que o governador nos escute. Não é possível que a policia entre aqui dessa forma. Há famílias chorando" disse Andreia Matos, presidente da associação de moradores da Nova Holanda.
"Estamos cansados de ver o governo entrar na Maré e nos fazer chorar. Chega de bala perdida", disse Marcos Gomes, da associação da Vila do João, outra comunidade do complexo.
"Queremos ser recebidos pelo governador e ouvir dele um pedido de desculpas. Há inocentes sendo mortos aqui", contou Pedro Francisco dos Santos, do Conjunto Esperança.
Segundo o coronel Sanglard, 100 homens da PM e outros 20 da Força Nacional acompanharam o protesto.
Moradores da comunidade e estudantes universitários fizeram uma vigília pelas vítimas em um dos acessos da comunidade. Nas passarelas próximas, eles colocaram faixas de protesto. Alguns carregavam cartazes com os nomes das vítimas, inclusive o do policial do Bope, morto na ação.
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