Ex-secretário nega saber de cartel, mas não descarta acertos
O secretário estadual de Transportes no governo Covas, Claudio de Senna Frederico, nega que tenha tomado conhecimento de cartel em contrato do metrô, mas não descarta que tenha ocorrido.
"O preço [da linha 5] não foi acima do usual no Brasil. Ao contrário, a linha como um todo foi barata, inclusive graças ao fato de ter sido feita rapidamente, sem entraves na Justiça", disse Frederico.
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Em nota, o governo Alckmin disse que os documentos mostram "comunicação entre empresas privadas, sem participação de servidor público estadual". Diz ainda que pedirá ressarcimento de eventuais perdas aos cofres.
Procurados na noite de ontem, o ex-governador José Serra e o titular da pasta entre 2001 e 2006 Jurandir Fernandes não foram localizados.
Secretário no período em que, segundo a Siemens, foi formado o cartel, Frederico afirma que não se lembra de "ter acontecido uma licitação de fato competitiva".
"Mesmo antes [de sua gestão] e observando outros locais fora do Brasil, eu nunca vi. Talvez ocasionalmente em uma oportunidade em que alguém estava invadindo o mercado do outro", afirmou.
Ele diz que a "secretaria desejava que tudo se realizasse, sendo por um bom preço, o mais rapidamente possível para que a obra fosse feita".
"O menor preço é aquele que você consegue naquela contenda, naquela situação", disse o ex-secretário.
A Siemens disse que, por causa da confidencialidade, não poderia se manifestar. Disse que "coopera integralmente com as autoridades".
Em nota, a Alstom afirmou que recebeu "um pedido do Cade para apresentar documentos" e "está colaborando com as autoridades".
A Serveng disse que sua atuação "é pautada em estrito cumprimento da lei e que prestará os esclarecimentos necessários" ao Cade.
A Bombardier diz que "repudia o recurso a práticas anticoncorrência" e colabora com a investigação.
Procuradas pela Folha, as companhias CAF, TTrans, Tejofran, TCBR e Iesa não se manifestaram. As empresas Mitsui, MGE e Temoinsa não foram localizadas ontem.
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