Elogiados, PMs presos em quartéis do Rio terão punição perdoada
Com elogios à atuação da PM na Jornada Mundial da Juventude e nas manifestações nas ruas do Rio, o comandante-geral da Polícia Militar no Estado, coronel Erir da Costa Filho, decidiu cancelar punições aplicadas por ele a policiais da corporação que se encontram presos em quartéis.
Os detidos serão soltos e poderão voltar a trabalhar nas ruas. Na ficha funcional, a menção à ocorrência será mantida, mas agora sem consequências práticas. PMs que tiveram a prisão decretada pela Justiça serão mantidos presos.
O efetivo da PM do Rio é de 44 mil policiais. Procurada, a assessoria da PM não informou quantos policiais serão beneficiados.
Com os eventos recentes e o acirramento das manifestações, as férias e folgas dos policiais foram interrompidas. "A medida se refere a casos de menor potencial ofensivo", disse a corporação, em nota. A Secretaria de Segurança Pública não se pronunciou sobre o tema.
Os motivos que podem levar PMs a ser detidos vão de faltas a envolvimento com traficantes ou jogo do bicho. A decisão foi publicada na edição de 1º de agosto do Boletim Reservado da PM, documento distribuído só aos oficiais da corporação, como majores, tenentes e coronéis.
Na nota, o coronel afirma que havia "um quadro desfavorável" em relação a desvios de conduta de PMs. Hoje, "ao analisar a moral da tropa", continua, houve "significativa redução dos índices de ocorrências".
Zulmair Rocha - 17.jul.13/UOL | ||
Policiais militares fazem barreira no Leblon durante protesto contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral |
Costa Filho cita "o alto grau de profissionalismo" dos PMs observado nos grandes eventos recentes no Rio, como Copa das Confederações e Jornada da Juventude, e "nas manifestações populares pacíficas e nos protestos ilegítimos e violentos".
A atuação das polícias nos protestos foi criticada por grupos de direitos humanos e está sendo investigada por comissão criada pelo governador Sérgio Cabral (PMDB).
E o sumiço do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza após uma abordagem policial tem provocado protestos.
O perdão do coronel destoa do discurso da PM e da secretaria, de que "cortariam na própria carne".
Quando assumiu a corporação, em outubro de 2011, Costa Filho disse a policiais próximos que entraria para a história como o "comandante que limpou a PM do Rio".
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