Nova reconstituição é 'grande passo para esclarecer' sumiço de Amarildo, diz delegado
Em mais uma tentativa de esclarecer o desaparecimento de Amarildo de Souza, 43, na favela da Rocinha (zona sul do Rio), a Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza na noite deste domingo (8) uma reconstituição do trajeto da viatura usada pelos PMs que abordaram o ajudante de pedreiro, inclusive o percurso feito fora da Rocinha com o veículo.
O desaparecimento ocorreu em 14 de julho, após Souza ser levado para a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) instalada na favela.
A ação deste domingo quer analisar o trajeto feito pelo veículo da PM que levou Amarildo. Após o trajeto dentro da favela, o carro circulou por cerca de duas horas e meia entre a zona sul e o centro da cidade. Segundo os registros, o carro sai do posto da UPP com o pedreiro. Ele andou por algumas regiões da cidade e retornou para a zona sul. Depois, o carro foi ao Batalhão de Choque, onde parou por sete minutos.
"Essa diligência é importante para entender a dinâmica do evento. Daremos um grande passo para, enfim, esclarecer o que aconteceu com o Amarildo", disse o delegado titular da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, antes do início da operação.
Os dois policiais que estavam na viatura farão separadamente a reconstituição. Por volta das 22h25 foi concluída a reprodução feita pelo PM que estava ao volante. Um perito acompanha o trajeto, que também está sendo filmado. Não há previsão para o término da operação policial.
"O policial está fazendo o trajeto que ele disse ter feito naquele dia. Vamos comparar esse trajeto com os dados do GPS e o depoimento que ele já deu. Se não for compatível, tomaremos as medidas necessárias", disse Barbosa.
Segundo os PMs envolvidos no caso, Amarildo foi levado para a sede da UPP, onde a identidade dele teria sido averiguada. Depois, ele teria descido por uma escadaria lateral da favela, depois de ser liberado. No local, a câmera de segurança instalada não funcionava.
Ainda naquela noite, após a abordagem, os mesmos policiais afirmam que saíram com a viatura da sede da UPP para abastecer no Batalhão de Choque, no centro do Rio.
A cúpula de segurança do Rio informou no mês passado que trabalha com a hipótese de que o ajudante de pedreiro esteja morto. Os policiais responsáveis pela investigação do caso trabalham com duas hipóteses: a de que ele tenha sido morto pelos PMs ou por traficantes.
RECONSTITUIÇÃO
A primeira etapa da simulação durou mais de 16h e ocorreu entre a noite do último domingo (1) e a manhã de segunda-feira (2). Nela, os 20 policiais da UPP que estavam de plantão na noite do seu desaparecimento reproduziram os passos da abordagem.
Na versão dos PMs, Amarildo foi abordado na localidade conhecida como Roupa Suja, perto da casa onde morava. Depois, a reconstituição foi para a rua 2, onde funciona um núcleo da UPP, de onde Amarildo foi levado para a sede da unidade, no alto da favela. A partir daí, os peritos iniciaram os trabalhos na sede da UPP.
Segundo Barbosa, "vários esclarecimentos foram feitos" a partir das simulações. Os resultados desses trabalhos devem ficar prontos em 30 dias.
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