Investigação sobre festa em que estudante foi morto 'seguirá curso normal', diz Unicamp
A investigação sobre a festa na qual o estudante Denis Papa Casagrande, 21, foi assassinado dentro do campus da Unicamp, em Campinas (a 93 km de SP), "seguirá o seu curso normal" e "está desvinculada de supostas perseguições políticas", afirmou a administração da Unicamp neste sábado (5).
Foi a primeira manifestação pública da direção da universidade após a reunião de ontem à noite entre representantes da reitoria e dos estudantes, que invadiram o prédio da administração universitária na quinta-feira.
Eles protestam contra a decisão da universidade de autorizar a entrada da PM (Polícia Militar) em seus quatro campi (Campinas, Limeira, Piracicaba e Paulínia) e pedem, além de uma audiência pública para debater uma proposta alternativa de segurança no campus, o não indiciamento dos responsáveis pela festa em que Denis morreu e pela invasão da reitoria.
A entrada da PM nos campi foi autorizada após a morte de Casagrande, em 21 de setembro, durante uma festa dentro do campus de Campinas. Segundo a reitoria, a festa --que recebeu cerca de 3.000 pessoas-- não tinha autorização para ser realizada. A polícia responsabilizou cinco pessoas pelo crime.
Ontem à noite, os estudantes disseram que a reitoria havia sinalizado uma sindicância sem caráter punitivo. Mesmo assim, eles rejeitaram o fim da invasão porque "a reitoria não atendeu às reivindicações". "Votamos por unanimidade pela continuidade da ocupação", afirmaram os manifestantes, em nota.
REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Antes disso, a reitoria havia pedido e conseguido a reintegração de posse do prédio na Justiça. A administração afirmou na nota divulgada hoje que pediu aos estudantes "a desocupação do prédio da reitoria no menor prazo possível" e que "esgotará todas as possibilidades de negociação" para que ela ocorra "de maneira pacífica".
"A reitoria não apresentou nenhuma resposta categórica às nossas reivindicações", afirma Diana Nascimento, coordenadora-geral do DCE. "Vamos amadurecer a nossa contra-proposta."
Uma assembleia foi marcada pelos estudantes para segunda-feira com objetivo de discutir a reunião. Até que isso ocorra, eles permanecerão no prédio da reitoria.
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