Na Copa das Confederações, transporte foi rápido só para delegações
Para a "Família Fifa", caminhos livres. Já para torcedores e cidadãos, engarrafamentos e transtornos.
Pesquisa realizada pela ANTP (Associação Nacional de Transportadores Públicos) na Copa das Confederações apontou que durante o evento, considerado teste da Copa do Mundo, o transporte nas cidades sedes só foi eficiente para delegações e integrantes da entidade que organizou o torneio.
Veja o especial sobre a mobilidade urbana
Obras para a Copa de 2014 privilegiam transporte individual
O público, entretanto, usou um transporte que "deixou a desejar" em todas as cidades sedes, segundo Stenio Franco, coordenador do programa de observadores de grandes eventos da ANTP.
RECLAMAÇÕES
Nos debates promovido pela ANTP em Brasília, as reclamações se concentravam nas restrições impostas pela Fifa ao uso das áreas ao redor do estádio três horas antes e três horas depois dos jogos.
No caso do Recife, o pesquisador Cesar Cavalcanti observou que houve grandes dificuldades para chegar à nova arena devido às várias trocas de meios de transporte que o torcedor era obrigado a fazer para chegar ao estádio.
Além disso, segundo ele, houve concentração de chegada de público próximo ao horário do jogo e não três horas antes do evento, como a Fifa recomendou.
Editoria de Arte/Folhapress |
Investimentos em transporte nas sedes da Copa-2014. |
COPA DO MUNDO
De acordo com Franco, os problemas ocorridos na Copa das Confederações valeram como aprendizado para a Copa do Mundo no ano que vem, quando os desafios serão ainda maiores.
Ele, que esteve na Alemanha e na África do Sul para observar o transporte nas Copas, afirma que será preciso acelerar os já atrasados planos operacionais de transportes do evento. Isso porque ele não acredita que os VLTs (veículos leves sobre trilhos) e BRTs (corredores de ônibus fechados) previstos vão ficar prontos até junho de 2014.
"Na África do Sul também não ficaram prontas algumas estruturas. Lá, eles se concentraram num plano operacional de qualidade. Se há o risco de não termos estruturas, tem que ter um plano operacional. A festa vai acontecer de qualquer jeito."
Já Antonino Letteriello, gerente de mobilidade dos Jogos Olímpicos de 2012 (Londres), ressaltou que o correto é que novas linhas de transporte comecem a funcionar um ano antes dos eventos para evitar surpresas durante a competição e melhorar o planejamento como um todo.
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