Protesto termina com vandalismo, agressão e 78 detidos em SP
O protesto realizado na região central de São Paulo, na noite desta sexta-feira, terminou com confronto entre manifestantes e policiais, atos de vandalismo e agressão a um coronel da PM. Até o final da noite, havia registro de ao menos 78 pessoas detidas.
O ato, organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre), começou de forma pacífica na frente do Theatro Municipal e seguiu em passeata por ruas da região central. O grupo pedia o fim das passagens no transporte público e era contrário às mudanças nas linhas de ônibus.
A confusão começou por volta das 20h20, quando um grupo invadiu o Terminal Parque Dom Pedro e depredou 18 caixas eletrônicos e dois ônibus --um deles foi queimado. A PM respondeu com bombas. Telefones públicos ficaram destruídos, e extintores de incêndio foram usados para quebrar vidros e cabines de venda de bilhete do terminal.
O coronel da PM Reynaldo Simões Rossi foi espancado por um grupo de cerca de dez manifestantes adeptos do "black bloc" --que pregam o dano a patrimônio como protesto. A agressão ocorreu na entrada do terminal. Em meio ao tumulto, um grupo de mascarados cercou o comandante e passou a agredi-lo com socos e pontapés. Ele foi derrubado, mas conseguiu se levantar. Neste momento, um dos mascarados golpeou o policial na cabeça usando uma chapa de ferro. Ele foi atingido na parte de trás da cabeça e teve a clavícula quebrada.
O coronel foi socorrido por um policial do serviço reservado da PM, à paisana, que afastou os agressores com uma arma em punho. Amparado por colegas, ele andou até um carro da PM. No banco de trás, fez um apelo aos gritos a um subordinado que ficou no local: "Segura a tropa, não deixa a tropa perder a cabeça".
O policial, que teve a arma roubada durante o ato, foi levado para o Hospital Clínicas.
CONFUSÃO
A vendedora de uma cabine de recarga de celulares que funciona na frente do terminal afirmou que dois mascarados levaram R$ 1.500 do local. Segundo Andreia da Silva Lima, 30, eles bateram na cabine e a mandaram sair levando apenas a bolsa. Ela diz que conseguiu levar a bolsa e o celular da empresa.
Um quiosque de lanches que funciona dentro do terminal permaneceu intacto. "Eles mesmo gritaram para não quebrar nada daqui", disse Sandra Souza, 35, funcionária do quiosque.
Por volta das 21h, o grupo se dispersou por ruas da região, onde foram depredadas ao menos três agências bancárias, sendo elas dos bancos Safra, Santander e Itaú. A PM usava bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.
Esse é o terceiro ato promovido pelo grupo nesta semana. Os dois primeiros ocorreram nas regiões do Grajaú e do Campo Limpo (zona sul) e pediam melhorias no transporte local.
Na quarta-feira, a manifestação terminou em confronto com policiais militares na avenida Atlântica, quando manifestantes quebraram o vidro de um carro que furou o bloqueio do grupo. Já no ato de ontem (24), a SPTrans fechou o Terminal Campo Limpo por mais de uma hora para impedir a entrada dos manifestantes.
O MPL foi o responsável pela onda de protestos ocorrida em junho e que causou a redução do preço da tarifa de ônibus em todo o país. Segundo o movimento, protestos em série ocorrem em outubro desde 2004, ano em que houve a "revolta da catraca", em Florianópolis, quando o MPL surgiu.
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