Bônus de redução do consumo de água custará R$ 800 mi até o fim do ano
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse nesta terça-feira (1) que o programa de bônus para quem economizar água na Grande São Paulo custará R$ 800 milhões, caso o programa se estenda até o fim do ano. O programa de bonificação garante 30% de desconto na conta, caso o consumidor reduza em 20% o volume de água utilizada.
De acordo com o governador, desde o início do bônus aos consumidores, 76% dos consumidores reduziram de alguma forma o consumo de água, sendo que quase quatro em cada dez casas que são abastecidas pelo Cantareira economizaram e garantiram o benefício. Outros 39% reduziram o consumo, mas não levaram o bônus.
"A adesão foi muito boa. O valor [total do bônus] vai depender de até quando irá o programa de bonificação. Então, se for até o fim do ano pode ficar em torno de R$ 800 milhões", afirmou Alckmin.
Para pagar parte desta conta, a Sabesp anunciou um contingenciamento de R$700 milhões no seu orçamento. Segundo Alckmin, esta economia virá, principalmente, de uma readequação dos custos da empresa estatal, como corte de gastos internos.
A receita anual da Sabesp é próxima de R$ 11 bilhões.
"[O corte] Não precisa ser só no investimento pode ser da redução no custeio. Você tem 'n' formas de redução. O importante é a o estímulo da população para o uso racional da água", disse Alckmin.
O governador, no entanto, não descartou que o dinheiro possa ser cortado de futuros investimentos da Sabesp. O governador não especificou quais obras serão afetadas e se restringiu em dizer que o caso está em estudo.
A partir de hoje, toda a capital e mais 30 municípios da região metropolitana terão acesso ao bônus de redução no consumo de água.
A medida faz parte de uma estratégia do governo para evitar o racionamento ao menos até outubro -mês em que ocorrem as eleições e, historicamente, a volta das chuvas.
CONTAS
No sábado, a Folha publicou que a tentativa de evitar um racionamento de água em São Paulo poderá gerar um impacto financeiro equivalente à construção de mil escolas ou superior aos gastos do estádio do Itaquerão -onde haverá a abertura da Copa.
O valor pode se aproximar de R$ 1 bilhão em um ano, conforme estimativas da Folha a partir de informações divulgadas pelo Estado. Ele corresponde também ao dobro do investimento habitual da Sabesp em segurança hídrica num período de 12 meses.
VOLUME MORTO
Além da arrecadação que a empresa pode abrir mão, foram anunciadas obras emergenciais de R$ 80 milhões para a construção das estruturas para captação do "volume morto", água que está na parte funda das represas.
A previsão do Estado é que elas possam ficar prontas no meio do ano e que essa água que nunca foi utilizada antes possa ser suficiente para abastecer parte da Grande São Paulo por quatro meses.
A gestão Alckmin também chegou a propor a construção de um conjunto de canais e túneis para a captação de água do rio Paraíba do Sul, que abastece Rio e Minas, ao custo de R$ 500 milhões.
O projeto, porém, depende de aprovação -e só deve ter resultados no fim de 2015.
Segundo a Sabesp, foram gastos, de 1995 a 2013, cerca de R$ 9,7 bilhões em melhorias para a captação de água.
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