PM anuncia greve na Bahia, e escolas liberam alunos
A Polícia Militar da Bahia anunciou na tarde desta terça-feira (15) que entrará em greve por tempo indeterminado.
Após assembleia, a categoria rejeitou a proposta do governo Jaques Wagner (PT) de reestruturação da corporação, apresentada há cerca de uma semana.
O anúncio já motiva transtornos à população. Escolas e faculdades liberaram os alunos das aulas na noite desta terça, e rodoviários prometem suspender a circulação de ônibus durante a noite.
O governo da Bahia pediu envio de tropas da Força Nacional de Segurança para reforçar o policiamento durante a paralisação.
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), convocou reunião para elaborar um plano emergencial para o funcionamento dos órgãos públicos durante a greve.
A proposta do governo aos policiais contempla a separação do Corpo de Bombeiros do restante da corporação e aposentadoria aos 25 anos de serviço para policiais mulheres, duas reivindicações históricas da PM baiana.
Os policiais rejeitaram a falta de um prazo máximo para progressão de carreira e a determinação de 120 dias sem salário em caso de suspensões administrativas.
A categoria também critica a possibilidade de penalidades para faltas disciplinares como participar de manifestações, manter contato com a imprensa sobre assuntos da corporação e ter o nome inscrito em serviços de proteção ao crédito.
A negociação entre governo e polícia não tratou de reajustes salariais para os 34 mil policiais militares que atualmente compõem a tropa.
No início da tarde desta terça, antes do anúncio da greve, o governador Jaques Wagner (PT) afirmou à Folha que uma paralisação dos policiais neste momento não seria "razoável".
"Tivemos muita negociação, [foram] seis meses de trabalho. Não é razoável que depois de receber a primeira proposta formal do governo, você não venha com sua contraproposta para fazer o processo de negociação", afirmou.
TRÊS ANOS DEPOIS
A greve que se anuncia será a segunda paralisação da PM baiana em menos de três anos. Entre janeiro e fevereiro de 2012, a categoria paralisou as atividades por 12 dias e policiais chegaram a ocupar a Assembleia Legislativa. Na época, o Exército foi convocado a apoiar a segurança pública no Estado.
O principal líder da atual greve é o mesmo da paralisação de 2012: o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros da BA, Marco Prisco, que, desde 2013, também é vereador em Salvador pelo PSDB. Ele é pré-candidato a deputado estadual nas eleições deste ano.
Prisco foi procurado pela Folha, mas sua assessoria informou que ele estava em reunião com outras entidades que representam os policiais.
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