Vazamento de gás provoca interdição da marginal Tietê por 11 horas
A pista local da marginal Tietê, no sentido Castello Branco, segue interditada a 11 horas após um vazamento de gás na região. A Comgás informou que o ponto de vazamento foi identificado e que o vazamento já foi contido. O problema foi detectado por volta das 2h desta quarta-feira (23) e provocou o fechamento total da pista local. O bloqueio acontece perto do terminal rodoviário do Tietê.
Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil de São Paulo, diz que faltam apenas alguns procedimentos para liberar a marginal. "A Cetesb está fazendo testes para saber se não há mais nenhum vazamento. Depois desse trabalho a via será liberada", afirmou.
Lima descartou qualquer possibilidade de explosão. "Já não há mais riscos. O vazamento foi controlado e a via será liberada. A noite serão feitos os reparos necessários para que o sistema volte a operar normalmente", disse o coordenador.
De acordo com José Carlos Broisler, diretor de operações da Comgás, o problema ocorreu durante uma perfuração de solo feito por uma empresa terceirizada da prefeitura para instalar fibra ótica. O trabalho estava a cargo da Hencelt Engenharia.
A Folha entrou em contato com a empresa, porém um funcionário disse que não havia ninguém para atender a reportagem.
De acordo com o diretor da Comgás, o problema, que aconteceu no início da madrugada, demorou para ser solucionado pois, como não havia um risco grande de explosão, a empresa optou em não cortar totalmente o fornecimento de gás. "Primeiro garantimos a segurança do local e depois optamos em setorizar o fechamento da rede para não prejudicar o abastecimento de toda a zona norte", explica.
Segundo ele, se fosse fechado todo o abastecimento escolas e hospitais, por exemplo, poderiam ser prejudicados. "Isso afetaria mais de 100 mil imóveis e, apesar de atrapalhar o trânsito, o gás foi fechado para cerca de cem imóveis apenas", comenta.
O diretor diz que esse tipo de acidente poderia ser evitado já que a empresa fornece informações como desenhos e dados sobre onde estão instaladas as redes de gás. Segundo ele, ontem um funcionário da Comgás foi até o local onde seria feito o serviço para orientar sobre a tubulação de gás. Agora, a Comgás fará uma investigação para avaliar o que deu errado.
Por conta do acidente, a Cetesb ampliou a restrição da passagem de pessoas no local onde houve o vazamento. Assim, segundo os técnicos que trabalham no local, é possível controlar melhor os riscos de desavisados acenderem um isqueiro, por exemplo.
Apesar do risco, a Cetesb classifica que o vazamento está controlado. Mesmo assim, o cheiro incomodou quem precisou passar a pé pela região.
Antes da Cetesb ampliar a área de restrição, ao menos uma pessoa passou mal. A professora Gleiciane Farias do Santos, 25, chegou a vomitar e sentir tontura ao caminhar próximo ao local.
"Estava conversando ao telefone, um pouco nervosa. Senti o cheiro forte, logo me deu uma tontura e eu comecei a passar mal", disse. Ela foi socorrida por agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) que estavam no local. Ela recusou o atendimento de uma equipe médica.
O auxiliar de enfermagem Wellington Alan Santos Nascimento, 23, também passou pelo local onde estão concentrados os esforços das equipes da Comgás e da Cetesb que tentam identificar o vazamento.
"De longe eu já comecei a sentir esse cheiro forte. Chega a dar dor de cabeça", afirmou. Ele veio de Guarulhos, na Grande São Paulo, e seguia de ônibus até o Brás (região central de SP).
Por conta da interdição da pista local da marginal, ele desceu do ônibus na ponte da Vila Maria. "Estou andando uma meia hora já. O trânsito está muito grande sai às 7h de casa", explicou.
A auxiliar de limpeza, Fernanda de Sousa, 37, também reclamou do cheiro forte. "Dá até medo de passar, vai que explode aqui", disse.
A CET recomenda que os motoristas evitem trafegar na região. Segundo a CET, o trânsito que ficou acima da média na cidade no início da manhã voltou ao normal por volta das 9h30. A cidade registrava às 11h 59 km de lentidão o que representa 6,8% dos 868 km monitorados. A média para o horário de 9,3%. Somente a marginal Tietê, no sentido Castello, tem 6,8 km de lentidão.
A Socicam, empresa que administra o terminal rodoviário, diz que o problema na marginal não provoca atraso, ou seja, os embarques e desembarques têm ocorrido dentro dos horários previstos.
Os ônibus são desviados pela avenida Moysés Roysen para acessar o terminal rodoviário, de acordo com a CET.
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