Mãe de dançarino morto vai levar caso à Anistia Internacional na França
A mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, 26, o DG, assassinado na última terça-feira (22) na favela Pavão-Pavãozinho, afirmou que vai recorrer à ONG Anistia Internacional para "levantar a bandeira dos direitos humanos no Brasil e pedir justiça por meu filho". A afirmação foi feita durante o velório do rapaz, na manhã desta quinta (24).
Maria de Fátima da Silva foi procurada por representantes da ONG ontem e irá viajar para a França nas próximas semanas, indo à sede da Anistia Internacional.
Ela será acompanhada por membros da OAB e pretende levar também o bombeiro civil Paulo Henrique dos Santos, o Hulk, que afirmou que DG foi ameaçado por policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Pavão-Pavãozinho dias antes de morrer.
"Já estamos levantando a documentação para que o Hulk possa ir junto e dar seu depoimento", disse ela.
Segundo a mãe do dançarino, outra testemunha, que teria visto o assassinato de DG, deve se apresentar à polícia amanhã para prestar depoimento.
"Trata-se de um homem que não mora na comunidade, mas que estava lá no dia do ocorrido, achou estranho policiais de luva próximos à creche, se aproximou e viu cenas que poderão comprovar a autoria do assassinato", disse Maria de Fátima.
TIRO
Ontem, o Secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse que o laudo cadavérico de Douglas mostra que ele tinha "perfuração de arma de fogo" e que esse tiro teria causado sua morte. "A perfuração por arma de fogo foi fatal", disse em entrevista coletiva.
O secretário também disse que não descarta a participação de policiais militares da UPP do morro Pavão-Pavãozinho na morte do dançarino. Os dez policiais envolvidos na ocorrência, porém, não foram afastados de suas funções.
"Não quero antecipar proteção aos policiais, mas não quero condená-los preliminarmente. Preciso de um indício mínimo que seja para fazer isso [afastamento]. No momento são várias teses, muita especulação. Não quero tomar nenhuma atitude antecipada", disse o secretário.
Após a localização do corpo do jovem, moradores da região do Pavão-Pavãozinho fizeram um protesto na noite de terça-feira. Eles fizeram barricadas com pedras e paus e atearam fogo em objetos e num carro. Houve confronto com a polícia, e um outro rapaz também foi baleado e morreu.
Reprodução/Facebook | ||
Dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG; morte provocou protestos no Rio |
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