Terminal será inaugurado incompleto em Cumbica
O novo terminal do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), abrirá incompleto no próximo domingo -sem as maiores companhias aéreas e sem alguns dos serviços prometidos.
Com capacidade para 12 milhões de passageiros por ano, o terminal 3 será destinado a voos internacionais.
Porém, das 24 empresas aéreas previstas para a nova ala, apenas três estarão instaladas na primeira semana: Lufthansa, Swiss e TAP.
Até a Copa do Mundo, serão mais cinco -United, Air China, Turkish, South African Airways e Singapore.
As oito representam 25% dos voos internacionais em Cumbica, segundo a GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto. Os demais voos para o exterior continuarão nos terminais 1 e 2, hoje superlotados.
As empresas que mais fazem voos internacionais, TAM e American, só vão se transferir em setembro -ou seja, depois do Mundial-, quando 80% dos voos internacionais estarão chegando ao novo terminal e partindo dele.
A transferência gradativa é comum em terminais recém-inaugurados, para evitar problemas na operação. Será assim, por exemplo, no terminal 2 de Heathrow (Londres), que abrirá em junho.
A GRU Airport diz que o cronograma respeita a "segurança operacional do aeroporto" e segue orientação de consultorias estrangeiras.
FUNCIONALIDADES
Inicialmente, duas das três "ilhas" de check-in serão usadas, com até 60 balcões. Haverá totens de autoatendimento para os passageiros e acesso gratuito à internet, como já ocorre nos terminais 1 e 2.
Não haverá, por enquanto, uma das novidades do novo terminal: equipamentos que permitem ao passageiro despachar a própria bagagem, o que dispensa a necessidade de ser atendido no balcão.
Outra tecnologia que ficou para depois será o sistema eletrônico de bagagens, conjunto que distribui malas automaticamente. O dispositivo funcionará, a princípio, em modo mecânico.
Houve temor de eventual falha. Em 2008, um problema nesse sistema fez o então recém-inaugurado terminal 5 de Heathrow perder milhares de malas -o terminal fechou e só reabriu dez dias depois.
Dois hotéis estão planejados -um interno, para passageiros em conexão, e outro fora. O interno abrirá no ano que vem, e o externo, em 2016. Segundo o aeroporto, todos os equipamentos e tecnologias no início da operação atenderão "com eficiência e qualidade" a demanda.
PRIMEIROS
Passageiros do voo 87 da TAP, vindos de Lisboa, serão os primeiros a desembarcar no terminal 3 de Cumbica, às 5h35 do domingo que vem.
O terminal tem sido usado parcialmente por passageiros falsos desde o início de abril, de modo a testar a operação de sistema de bagagens e de check-in, por exemplo.
Na última quarta, operários trabalhavam no terminal, assim como nos pontos de ônibus do lado de fora. O trabalho seguirá 24 horas por dia.
Do início à conclusão das obras terão se passado pouco mais de um ano e meio, prazo recorde mesmo para padrões internacionais. O governo federal, ao conceder o aeroporto à iniciativa privada, exigiu que o terminal ficasse pronto antes da Copa.
Até o início de abril, as obras já estavam 99% concluídas, segundo a GRU Airport. A concessionária afirma que investiu R$ 2,9 bilhões em todo o aeroporto.
O passageiro terá uma visão bem diferente da que está acostumado nos terminais atuais, 1 e 2, concebidos na década de 1980. O prédio tem pé direito alto e é todo envidraçado, de modo a permitir visão para o vaivém de aviões e dar sensação de amplitude.
O check-in está no meio do saguão, não nos fundos. A maioria das lojas fica depois do embarque, não antes.
"A infraestrutura do aeroporto estava precisando de um upgrade importante e esse terminal vai melhorar muito a experiência do passageiro", diz Mark Schwab, presidente da Star Alliance, grupo do qual fazem parte as oito companhias que vão usar o novo terminal até a Copa.
Concentrar companhias de uma mesma aliança reduz o tempo gasto pelo passageiro de conexões, afirma.
REFORMA
Em outubro, começa a reforma dos terminais 1 e 2, segundo a concessionária.
Programada para durar um ano e meio, tem a intenção de melhorar o padrão de conforto dos passageiros.
Entre outros problemas, os dois terminais têm salas de embarque incapazes de atender à demanda e espaço insuficiente para esteiras de bagagem, que são pequenas.
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