Construtora desiste de projeto que libera área maior do parque Augusta
As incorporadoras Setin e Cyrela abandonaram a proposta de transformar em área aberta ao público 80% do terreno conhecido como parque Augusta, na região central da capital paulista.
As empresas trabalham agora com outro projeto, que está em processo de aprovação na prefeitura e que destina cerca de 60% da área para a população. A ideia de criar um parque e uma praça e administrá-los com verba privada está mantida.
Segundo o presidente da Setin, Antonio Setin, a desistência ocorreu porque o Conpresp (conselho do patrimônio histórico) não derrubou a resolução de 2004 que proíbe edifícios com mais de 45 metros de altura nessa área.
Para abrir à população 80% do terreno, de cerca de 25 mil metros quadrados, segundo ele, seria necessário que as duas torres previstas medissem cem metros de altura. O novo projeto prevê três edifícios mais largos, mas com até 45 metros de altura.
O empresário diz que o lançamento deve ocorrer logo após a aprovação do projeto, o que pode acontecer até o fim do ano. A área verde, tombada, deve ser preservada.
A presidente do Conpresp, Nadia Somekh, diz que urbanisticamente prefere o projeto de duas torres, de cem metros, que libera mais área. Mas ela diz que o órgão não pode derrubar a resolução sem um "fato excepcional".
"Digamos que, mesmo que o prefeito demande a mudança, teriam de ser feitas audiências públicas. Não dá para mudar uma resolução que não contém erro sem haver um fato excepcional."
A prefeitura informou que não desapropriará a área, por falta de verba, e que trabalha com a hipótese de construção de um empreendimento que deixe aberta parte do parque Augusta.
Sergio Carrera, fundador do grupo Aliados do Parque Augusta, diz não aceitar um projeto imobiliário no local. Lia Zalszupin, vice-presidente da Amacon (associação de moradores da Consolação), afirma que qualquer um dos projetos é melhor do que o impasse.
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