Em crise de água, SP tem junho com chuva bem abaixo do normal
O mês de junho na cidade de São Paulo está bem mais seco do que o normal. Até ontem (27/6), os registros do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) anotam 8 mm de chuvas desde o início do mês.
A média histórica é de 50 mm -equivalente a uma tempestade de verão na cidade.
Ou seja, somados 27 dos 30 dias do mês, choveu apenas 16% da média registrada.
A estação do órgão fica em Santana, zona norte. Mesmo que chova em outras regiões da cidade, oficialmente, essa água não é registrada.
De acordo com a Somar Meteorologia, não deve chover mais em São Paulo até a segunda (30). Isso indica que junho será mesmo classificado como extremamente seco.
A falta de chuva também é uma realidade nas represas do sistema Cantareira, que passa pela maior crise de falta de água em ao menos 80 anos. Quase 9 milhões de pessoas dependem do reservatório.
De acordo com números da Sabesp, empresa que administra o Cantareira, choveu 16 mm neste mês. O nível dos reservatórios está em 21,1%.
A média histórica esperada para esse período do ano é de 56 mm. Em dez anos, este será o segundo mês mais seco da série histórica.
Com a falta de chuvas, o nível do reservatório continua a cair de 0,1% a 0,2% ao dia.
VOLUME PROFUNDO
Se o "volume morto", a água armazenada nas zonas mais profundas das represas, não estivesse sendo usado, o Cantareira deveria ficar sem água para abastecimento público em julho.
Com o bombeamento sendo feito, o governo de São Paulo torce para que o próximo verão seja chuvoso, recuperando as represas.
Se isso não ocorrer, a primeira parte do "volume morto" -a que vem sendo usada- deve acabar em fevereiro ou março de 2015.
A ANA (Agência Nacional de Águas) pode impedir que a Sabesp use, de forma indiscriminada, as águas do "volume morto" nos próximos meses, o que pode fazer com que a empresa paulista tenha que alterar seu
planejamento em curso.
Mesmo que isso ocorra, não significa, em tese, que o rodízio de água terá que ser obrigatoriamente decretado.
A Sabesp está fazendo obras para aumentar a interligação de seus sistemas que abastecem a Grande São Paulo.
As represas do Guarapiranga, outro sistema importante que supre a cidade, estão com 72% de sua capacidade.
Além do Cantareira, outro reservatório que começa a preocupar é do Alto Tietê, que abastece parte da Grande São Paulo. Ele opera com menos de 30% da sua capacidade.
O consumidor pode se informar na própria conta de onde vem a água o abastece.
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