Com pouca chuva, nível do Cantareira atinge 18,7%
A crise no sistema Cantareira se agravou desde abril passado, quando o governo de São Paulo anunciou a cobrança -agora deixada de lado- da sobretaxa para quem elevasse seu gasto de água.
Nesta quinta-feira (10), o nível dos reservatórios que abastecem quase 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo estava em 18,7% de sua capacidade.
A medição considera o "volume morto". Em 15 de maio, quando essa reserva do fundo das represas passou a ser utilizada, o nível era de 26,7%.
Os registros pluviométricos de junho mostram que o mês teve chuvas muito abaixo da média na região das represas do Cantareira.
Enquanto a média histórica é de 56 mm, choveu apenas 16 mm durante os 30 dias do mês passado -apenas 28,5% do previsto.
Também por causa disso, como mostrou a Folha, o ritmo do rebaixamento das represas aumentou.
A queda no nível do Cantareira está há praticamente 20 dias na casa de 0,2 ponto percentual ao dia. Antes, vinha caindo a metade disso: 0,1 ponto percentual.
As chuvas dos últimos dois dias poderão reverter essa situação. Na terça (8) e nesta quarta (9) choveu 14,7 mm no total, quase um terço da média histórica, de 49,9 mm, do mês de julho.
SETEMBRO
Se a queda continuar perto de 0,2 ponto percentual, a estratégia do governo paulista, de adiar ao máximo o rodízio de água para praticamente metade dos moradores da Grande São Paulo, vai ficar cada vez mais
dependente das chuvas.
A expectativa da gestão Geraldo Alckmin (PSDB) é de que as chuvas que costumam vir a partir de setembro contribuam para regularização do nível das represas.
Ainda não existem previsões meteorológicas confiáveis sobre como será o regime de chuvas da próxima primavera/verão.
A participação da população na campanha de economia de água é outro fator positivo, segundo o governo, fazendo a sobretaxa deixar ser necessária agora.
Segundo os números oficiais, 91% da população atendida pelo Cantareira baixou o consumo até agora. Em abril, quando houve o anúncio da cobrança de sobretaxa, o índice estava em 81%.
A Sabesp, empresa responsável pelo abastecimento da região, vem afirmando que que adota ações para retardar a perda de reserva, como o bônus para o consumidor que reduzir seu consumo e o uso de outros
sistemas para abastecer bairros antes atendidos pelo Cantareira.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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