Ministro da Saúde volta a acusar SP de não repassar R$ 74 mi à Santa Casa
Em meio a um bate-boca sobre a crise financeira da Santa Casa de São Paulo, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, voltou a afirmar nesta segunda-feira (28) que o Estado deixou de repassar R$ 74 milhões à entidade.
Segundo ele, as verbas repassadas por portarias são identificadas. "Que o recurso [federal] saiu, saiu. Que chegou a São Paulo, chegou a São Paulo. Que ele não chegou integralmente na Santa Casa, não chegou."
A polêmica voltou à tona após o secretário de saúde de São Paulo, David Uip, afirmar em entrevista coletiva que o Ministério da Saúde comete "erros grosseiros" nos dados sobre os repasses federais. Para Uip, o ministro erra ao informar que o Estado deixou de repassar valores à entidade.
Chioro rebateu. "Eu não estou inventando, nós estamos comparando as portarias que o Ministério da Saúde autorizou o pagamento com os dados enviados pela secretaria estadual e com a confirmação feita pela Santa Casa", disse, na entrada de um evento sobre o Samu (serviço de atendimento móvel de urgência), em Brasília.
Editoria de Arte/Folhapress |
Questionado se fará alguma retratação, como pedido pelo secretário paulista, Chioro afirmou apenas que aguarda a resposta da secretaria estadual de SP a um ofício que solicita informações sobre as contas do hospital.
"Cada um responde pelo que fala. Somos autoridades públicas, temos que ter juízo e muita serenidade quando a gente faz qualquer tipo de afirmação."
Chioro disse que "pode ser que o Estado tenha explicações", e que é preciso entender a situação sem "elevar o tom" e "ser desrespeitoso".
Na última semana, a Santa Casa suspendeu o atendimento no pronto-socorro por cerca de 30 horas devido à falta de materiais e medicamentos. A entidade diz ter uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores.
A medida gerou um embate entre os governos estadual e federal sobre os recursos destinados à instituição.
Para o secretário estadual de saúde de SP, o Ministério da Saúde contabiliza duas vezes incentivos à pesquisa e expansão da oferta de atendimento, ambos extintos em 2006 e 2011 e incorporados a outra categoria de recursos, afirma.
O ministério discorda. Em nota, afirma que incentivos como o Fipeps (financiamento de ensino e pesquisa) ainda existem e não podem ser contabilizados em outras despesas, como divulgado pela secretaria.
Segundo a pasta, "caso tenha sido incorporado à produção, a ampliação da oferta deveria ser correspondente aos recursos repassados, o que não se verifica."
O órgão federal diz ainda que cobrou esclarecimentos do governo estadual na quinta-feira (24), sem resposta. "A pasta lamenta que, até o momento, as informações não foram recebidas, dificultando um diálogo transparente sobre a situação", informa a nota.
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