Artefatos achados com ativistas presos não são explosivos, diz laudo
Os artefatos encontrados com manifestantes presos no últimos dia 23 de junho em protesto contra a Copa do Mundo não eram explosivos, dizem laudos técnicos.
Os objetos que, segundo a Polícia Civil, estavam nas mochilas dos manifestantes Fábio Hideki Harano, 27, e Rafael Lusvarghi, 26 não tinham nem sequer poder incendiário, informam os relatórios do Gate (grupo antibombas da PM) e do Instituto de Criminalística (IC) aos quais a Folha teve acesso.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
Presos em São Paulo há 43 dias, sob acusação de serem líderes de protestos violentos, ambos são réus em processo por associação criminosa, porte de explosivos, incitação ao crime entre outros delitos.
O porte de explosivos –crime que pode resultar em pena de 3 a 6 anos de prisão- está entre as provas apresentadas pelos policiais para justificar a necessidade de mantê-los presos.
Constatou em testes que os materiais encontrados com os dois manifestantes tinham componentes "inertes", ou seja, "isentos de qualquer tipo de substância explosiva e/ou inflamável".
Em decisão da último dia sexta-feira ( 1º), o juiz Marcelo Matias Pereira diz que "há depoimentos consistentes" os quais apontam que em poder dos manifestantes foram apreendidos "artefatos explosivos/incendiários".
Hideki e Lusvarghi negam ser "black blocs" –manifestantes que defendem a depredação do patrimônio público e privado– e que sejam donos dos objetos que, segundo a polícia, foram achados em suas respectivas mochilas.
O laudo do Gate concluiu que nenhum dos objetos oferecia risco às pessoas.
Diante do resultado do laudo, os defensores de Hideki, disseram que pedirão à Justiça que reconsidere as decisões anteriores em que foram negadas a soltura dos dois réus.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública afirmou "os fatos estão sub judice e foram objeto de denúncias oferecidas pelo Ministério Público ao Poder Judiciário, que manteve as prisões preventivas de Fábio Hideki Harano e de Rafael Marques Lusvarghi. As denúncias, que não se baseiam apenas em objetos encontrados com ambos, se converteram em processos judiciais, nos quais Harano e Lusvarghi figuram como réus."
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