Avó de Bernardo vai tentar reabrir investigação sobre a morte da mãe
A avó materna do menino Bernardo Boldrini, assassinado no interior do Rio Grande do Sul em abril, vai pedir mais uma vez a reabertura de uma investigação sobre a morte da mãe do garoto após a divulgação de um vídeo que o mostra discutindo com a madrasta.
Para o advogado Marlon Taborda, que representa Jussara Uglione, avó de Bernardo, a gravação tem pistas que indicam que a mãe do garoto, Odilaine, foi assassinada.
A mãe de Bernardo morreu em 2010. A polícia concluiu que o motivo foi suicídio, mas a família suspeita que ela tenha sido assassinada.
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Bernardo, morto aos 11 anos no RS; gravação em que madrasta ameaça menino será usada como prova |
A madrasta do menino, Graciele Ugulini, diz a Bernardo na gravação divulgada nesta semana: "Tu vai ter o mesmo fim da tua mãe". Para Taborda, a afirmação é uma "confissão" e desmonta a versão de suicídio.
"É dito 'ter o mesmo fim'. Bernardo foi vítima de homicídio. Logo, a mãe também foi. Ela [madrasta] cumpre as ameaças que fez", diz o advogado da avó.
Logo após a morte de Bernardo, a defesa da avó dele fez um pedido semelhante, mas a Justiça rejeitou. O juiz responsável entendeu que não havia fatos novos que justificassem a reabertura do caso. Também levou em conta que Odilaine sofria de depressão e tinha manifestado a intenção de se suicidar.
Além de Graciele, estão presos o pai de Bernardo, Leandro, uma amiga da madrasta, Edelvânia Wirganovicz, e Evandro Wirganovicz.
PROVA APAGADA
De acordo com o Tribunal de Justiça gaúcho, a delegada Caroline Machado, responsável pelo inquérito, afirmou em depoimento que o vídeo foi apagado do celular de Leandro após o desaparecimento de Bernardo. O corpo só foi achado depois de dez dias de sumiço.
O vídeo foi recuperado por meio de uma perícia e, desde a semana passada, está entre as provas do processo sobre o crime.
A primeira audiência do processo ocorreu na última terça-feira (26), com quatro depoimentos. A próxima sessão está marcada para 8 de setembro.
A defesa do pai nega qualquer participação dele no crime. Graciele disse, em depoimento, que a morte foi acidental, devido a um erro na dosagem de um calmante dado por ela ao enteado.
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