Oficial e sargento da PM são presos no Rio sob suspeita de receber propina
Em um desdobramento da operação Amigos S.A, que investiga corrupção na Polícia Militar do Rio, o capitão PM Diego Soares Peixoto e o sargento Romildo Rodrigues Silva foram presos nesta segunda-feira (29), sob suspeita de receber propinas.
A operação, desencadeada pelo Ministério Público e pela subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança, prendeu, no último dia 15, 22 policiais suspeitos de integrarem uma quadrilha que extorquia comerciantes e mototaxistas no bairro de Bangu, zona oeste do Rio.
Entre esses 22 presos, estava o então chefe do COE (Comando de Operações Especiais) da Polícia Militar fluminense, coronel Alexandre Fontenelle.
O capitão e o sargento presos nesta segunda eram lotados, na época compreendida pela investigação –que vai de 2012 a 2013–, no 14º Batalhão da PM (Bangu) e, segundo os promotores, agiam na mesma quadrilha dos outros denunciados.
Os dois são acusados de receber pagamentos de propinas de mototaxistas, empresas (em especial transportadoras de pessoas e cargas), instituições financeiras e ambulantes no bairro de Bangu e adjacências, na zona oeste. O sargento é primo do coronel Fontenelle e, segundo o Ministério Público, um dos seus homens de confiança.
Os dois suspeitos presos nesta segunda ainda não constituíram advogado.
DELAÇÃO
Após as prisões do dia 15, um dos presos revelou detalhes do esquema de pagamento de propinas e recebeu o benefício da delação premiada.
Em seu depoimento, o delator afirmou que todos os batalhões do Estado do Rio de Janeiro eram obrigados a repassar R$ 15 mil de propina para o Estado-Maior da PM, mas não determinou um período.
A afirmação fez com que o Ministério Público abrisse um inquérito para investigar a evolução patrimonial dos três oficiais da atual cúpula da PM - coronel José Luís Castro Menezes, que é comandante da corporação, além dos coronéis Paulo Henrique de Moraes e Ricardo Pacheco, que são chefes do Estado-Maior da PM.
Em coletiva na última sexta-feira (26), os três oficiais rechaçaram as acusações e as classificaram como "absurdas".
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