Santa Casa de SP suspende demissões; para médicos, plano foi adiado
A Santa Casa de São Paulo, em reunião nesta quarta (28) com irmãos e o provedor em exercício, Ruy Altenfelder, decidiu suspender as demissões de 1.100 funcionários anunciadas na semana passada.
As demissões seriam uma resposta a crise enfrentada pela instituição, que possui uma divida de mais de R$ 773 milhões e deve a 669 funcionários os pagamentos referentes ao mês de novembro e o 13º salário.
Ao todo seriam demitidos 60% da administração do hospital e 40% dos funcionários dedicados a assistência à saúde.
Segundo a assessoria de imprensa da instituição, será realizado um novo estudo para que haja readequação do quadro de funcionários.
O Sindicato dos Médicos (Simesp) informa, no entanto, que a as demissões devem ocorrer. "Há um adiamento, não uma suspensão", diz Eder Gatti, presidente do Simesp. "A superintendência já deixou muito claro que as demissões são necessárias e que há um inchaço da folha."
Médicos da instituição também foram informados que as demissões serão inevitáveis. "Eles só não demitiram porque precisam do dinheiro para honrar com as rescisões dos contratos", diz Bruno Bueno, cardiologista da instituição e um dos integrantes do Movimento Santa Casa Viva, movimento criado por médicos para pedir a saída do provedor Kalil Abdalla, que está licenciado do cargo.
O movimento diz que a instituição precisa de R$ 35 milhões para honrar com os direitos trabalhistas antes das demissões, mas que os empréstimos bancários ainda não saíram para o pagamento.
Em nota, a assessoria de imprensa da Santa Casa informou ainda que a instituição irá vender imóveis vagos para reequilibrar as finanças do hospital e que está fazendo reuniões com o governo do Estado para contornar a crise.
ATENDIMENTO
Enquanto a Santa Casa estuda uma maneira de sanar as dívidas e honrar com o pagamento de funcionários, o atendimento da instituição continua comprometido.
Médicos informam que apenas procedimentos simples estão sendo realizados. Especialidades mais complexas, como a ortopedia, estão paradas pela ausência de verba para próteses. O cenário, segundo médicos, está bem melhor que o de dezembro, quando a instituição quase fechou.
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