Ataque de tubarão a embarcação no RN interrompe jornada de iraniano
Um iraniano naturalizado holandês que está dando a volta ao mundo a bordo de um "bootfiets" (espécie de barco-bicicleta criado por ele mesmo), teve a jornada interrompida no Brasil após sua embarcação ser atacada por tubarões no litoral do Rio Grande do Norte.
Ebrahim Hemmatnia começou sua viagem em 23 de novembro em Dakar, no Senegal. Ele pretendia chegar a Fortaleza navegando, seguir pedalando até o Rio de Janeiro e, então, ir até Lima, no Peru, também por terra.
Na noite de 28 de janeiro, no entanto, ele emitiu um pedido de socorro por meio de um sinalizador. Estava a aproximadamente mil quilômetros ao norte do Rio Grande do Norte.
Hemmatnia foi localizado na tarde seguinte por um avião da FAB (Força Aérea Brasileira), que participou do resgate com a Marinha.
Humberto Sales/Tribuna do Norte | ||
Embarcação do velejador Ebrahim Hemmatnia é resgatada após ataque de tubarões no litoral do RN |
Após a localização, a Marinha pediu que um barco pesqueiro que estava nas proximidades prestasse os primeiros-socorros. No último sábado (31), o iraniano e o seu "bootfiets" foram resgatados pelo Navio Patrulha Macau.
Só na segunda-feira (2) ele chegou à capital potiguar, em terra firme. "Ele estava um pouco assustado, mas estava bem de saúde e com vontade de consertar logo o barco", disse o capitão Emilião Pinto, comandante do Macau.
De acordo com o capitão, os tubarões cercaram a embarcação de Hemmatnia, bateram no fundo do barco, danificando o leme.
"A intenção dele é consertar o barco e continuar a jornada", disse o capitão.
Em entrevista a uma emissora local, o velejador admitiu ter ficado com muito medo. "O bote, visto por baixo, tem o formato de um peixe. Por isso acredito que os tubarões atacaram", explicou.
'SEM FRONTEIRAS'
Apesar do susto, Hemmatnia se prepara para seguir viagem. "Ele tem uma mensagem para passar. Não faz isso por turismo", disse Monique Degens, consulesa honorária da Holanda em Natal.
O velejador afirma que sua ideia é viajar ao redor do mundo seguindo a linha do Equador, para chamar a atenção para "um mundo sem fronteiras".
Ele descreve o seu "bootfiets" como um barco anfíbio, movido a pedais, "uma peça única ambientalmente amigável, CO2 neutro e um meio de transporte inovador".
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