Prefeitura de SP diz que não permitirá barracas na cracolândia
Dez horas após um caminhão pipa da Prefeitura de São Paulo lavar e retirar caminhões de lixo da região da cracolândia, no centro de São Paulo, a alameda Dino Bueno já foi reocupada por cerca de 200 usuários de drogas no início da manhã desta quinta-feira (30).
Fumando crack, gritando e andando sem rumo, eles retomam a rotina conhecida na região antes das confusões com a prefeitura e Estado nesta quarta (29).
A Folha presenciou dezenas de usuários usando e comprando drogas na alameda Dino Bueno minutos antes do tumulto que provocou corre-correr e deixou duas pessoas feridas.
O comandante-geral da GCM (Guarda Civil Metropolitana), Gilson Menezes, disse que os usuários podem o ocupar a via, mas não permitirá que sejam construídas novas barracas na região.
"Não existem mais barracas de grande porte aqui que eram utilizadas para o tráfico de drogas mais velado. Agora, acabamos com isso e começamos a reorganizar o espaço", disse.
Editoria de arte/Folhapress |
Desde o início da manhã, há uma grande concentração de GCMs na região. "Nós aumentamos o efetivo aqui na região, estamos com mais de 250 homens e mulheres atuando no território", diz o comandante da GCM.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse nesta quarta que contava com a ajuda da Polícia Militar para evitar que as barracas voltassem a ser construídas.
Horas depois, no entanto, o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, disse que conversou com o prefeito, mas que este é um problema social, não de segurança. Nesta quinta não há policiais militares na região da cracolândia.
Durante a visita de Haddad ao local nesta quarta, alguns dependentes que participam do programa "De Braços Abertos" protestaram por causas de mudanças no programa. Eles são contrários a remoção para outros hotéis.
O presidente do Conseg Santa Cecília, Fabio Fortes, disse que o programa não funciona na região e que a ação desta quarta foi um desastre.
"A degradação humana e urbana instalada nos Campos Elíseos demonstra a falta de integração das autoridades que disputam programas ineficazes na região. É um absurdo o secretário [da Segurança Pública] ainda dizer que não sabia da operação desastrosa que aconteceu", afirmou.
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