Justiça decreta prisão de PM por chacina em torcida do Corinthians
A Justiça decretou a prisão de um policial militar e de um ex-PM suspeitos de participação na chacina que deixou oito mortos no mês passado na sede da torcida organizada corintiana Pavilhão Nove, na zona oeste de São Paulo.
O pedido à Justiça foi feito pelo setor de investigação de chacinas do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). A ordem de prisão deve ser cumprida nesta quinta (7) pela Polícia Civil.
A suspeita sobre o envolvimento de policiais no crime foi revelada pela Folha em reportagem no mês passado.
Até o momento há duas linhas principais de investigação sobre a motivo da chacina: tráfico de drogas e dívida.
O alvo dos assassinos, segundo a apuração policial, era apenas o ex-presidente da torcida Fábio Domingos, 34, traficante de drogas na região da Ceagesp (central de abastecimento), na zona oeste.
TRÊS SUSPEITOS
Entre os suspeitos com prisão decretada, um é soldado da PM que atua em Carapicuíba, cidade da Grande SP.
O outro, que é ex-policial militar, já foi condenado por receptação, por ter sido flagrado em um carro roubado, com uma pistola com numeração raspada. Na ocasião, ele ainda tentou subornar os policiais que o flagraram.
Os dois suspeitos foram reconhecidos por testemunhas. A polícia ainda investiga um terceiro homem, também policial, que teria ido à sede da torcida uma semana antes e agredido alguns integrantes.
O crime aconteceu no final da noite de 18 de abril, um sábado. As vítimas, com idades entre 19 e 38 anos, foram mortas com tiros na região da cabeça, após serem obrigadas a ficar deitadas no chão –cápsulas de pistola de 9 mm foram encontradas no local do crime.
De acordo com testemunhas, 12 homens estavam na sede da torcida quando os assassinos chegaram.
Três deles conseguiram escapar e um outro, um faxineiro, foi poupado –enrolado numa faixa da torcida, disse ter só ouvido disparos.
Também de acordo com depoimento da testemunhas, antes da chacina houve uma discussão entre Fábio Domingos e os criminosos.
Inicialmente, a polícia investigava dois nomes (ou codinomes) de possíveis assassinos: André e Domênico. Depois descobriu que se tratava de uma pista falsa, plantada no início da investigação.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
PISTAS
Os investigadores ainda apuram outras duas pistas.
A primeira é que o ex-presidente da torcida corintiana teria perdido um carregamento de drogas ao ser preso –na ocasião, teria sido libertado após pagamento de propina.
Outra hipótese é que ele tenha pegado dinheiro emprestado com um agiota e, assim, acumulado uma dívida.
Domingos foi um dos corintianos presos em 2013 em Oruro, na Bolívia, sob a acusação de lançar um sinalizador que matou um torcedor local numa partida do Corinthians pela Libertadores.
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