Pai e madrasta de Bernardo vão ser ouvidos na Justiça pela primeira vez
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Bernardo Uglione Boldrini, morto aos 11 anos no Rio Grande do Sul |
Principais suspeitos pela morte do menino Bernardo Boldrini –assassinado em abril de 2014 no interior do Rio Grande do Sul, aos 11 anos–, o médico Leandro Boldrini (pai do garoto) e a enfermeira Graciele Ugulini (madrasta dele) serão ouvidos por um juiz pela primeira vez nesta quarta-feira (27).
Também prestarão depoimentos no Fórum de Três Passos (a 389 km de Porto Alegre) a amiga da madrasta Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz –outros suspeitos pelo crime. Bernardo foi encontrado enterrado num terreno na cidade vizinha de Frederico Westphalen. Os quatro suspeitos estão presos.
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Os interrogatórios, com a presença da imprensa, vão ocorrer em meio a críticas das defesas dos suspeitos. O advogado da madrasta, Vanderlei Pompeo de Mattos, alega que, ao permitir o cadastramento de jornalistas, o juiz Marcos Luís Agostini incentiva a "espetacularização" do interrogatório.
Segundo a Justiça, na última semana, a defesa de Graciele ainda solicitou o afastamento do juiz. O pedido, que foi negado, alegava que a madrasta estava "desprestigiada pelo magistrado na condução do processo" e também que existe "tratamento diferenciado entre as partes, com privilégio à acusação em detrimento da defesa".
Já a defesa de Leandro Boldrini solicitou que o interrogatório fosse adiado, mas o pedido também foi negado. Os advogados Ezequiel Vetoretti e Rodrigo Vares alegam que o pai de Bernardo sofreu constrangimento.
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Segundo eles, isso ocorreu porque o resultado da perícia no receituário médico (usado por Edelvânia Wirganowicz para comprar o medicamento Midazolam, encontrado no corpo de Bernardo) foi inconclusivo quanto à autoria da assinatura atribuída ao médico.
NOVA INVESTIGAÇÃO
Segundo a polícia, a mãe de Bernardo, Odilaine Uglione, se suicidou em fevereiro de 2010. Depois da divulgação do vídeo do celular de Leandro Boldrini, que foi recuperado pela perícia e apresentado na audiência de 26 de agosto de 2014, o advogado da avó pediu reabertura do caso. A Justiça atendeu o pedido neste mês.
Na gravação, Graciele diz a Bernardo que ele "vai ter o mesmo fim da mãe". Para Marlon Taborda, advogado da avó, a afirmação é uma "confissão" e desmonta a versão de suicídio.
Além disso, uma perícia divulgada por Taborda aponta que a carta de suicídio não foi escrita pela mãe do garoto, mas pela secretária do médico, Andressa Wagner.
Edelvânia admitiu à polícia que ajudou a ocultar o corpo de Bernardo após sofrer "pressão psicológica" de Graciele.
A madrasta diz que a morte foi um acidente por causa da aplicação de um calmante no garoto. Evandro nega ter ajudado a cavar o buraco onde Bernardo foi enterrado e Leandro nega ser o mentor do crime.
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