'Tem vereador que só pensa no seu quarteirão', diz Haddad sobre oposição
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), criticou, nesta quarta-feira, a atuação de vereadores de oposição que tentam barrar mudanças da nova lei de zoneamento da capital, entregue ontem à Câmara.
Os vereadores defendem que a nova proposta pode descaracterizar bairros exclusivamente residenciais, que devem ganhar corredores de comércio se a lei for aprovada —a votação deve ocorrer até o fim do ano após 40 audiências públicas na Câmara.
A prefeitura diz que as zonas estritamente residenciais são só 4% da área da cidade —boa parte em regiões nobres, como Morumbi, Jardins e Alto de Pinheiros (zona oeste).
"Tem vereador que só representa só 0,1% da população, vereador que só pensa no seu quarteirão, eu respeito. Mas a tarefa do executivo é representar 100%, tenho que olhar para o conjunto", disse Haddad.
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Em alguns casos, quarteirões que só poderiam receber residências poderão ter pequenos comércios —como restaurantes. Em outros, é prevista uma ampliação das atividades: em vez de apenas escritórios e bancos, por exemplo, também escolas e mercados.
Os críticos ao projeto dizem que alguns bairros podem ser descaracterizados. Os defensores afirmam que ele permite a revitalização de vias e que, em alguns casos, só oficializam um uso já existente.
"Determinados corredores, que estão degradados, vão passar por um processo de requalificação importante. Você não pode ter corredores você ter corredores sem nenhuma atividade durante à noite", disse Haddad.
INOVAÇÕES
Medidas que buscam desestimular o uso do carro dentro do centro expandido da capital também constam do projeto de lei enviado hoje pelo Executivo aos vereadores. O texto deve passar por longas discussões antes de ser votado no plenário.
A prefeitura quer estimular, por meio de incentivos econômicos, a construção de edifícios-garagens fora do centro expandido da cidade e perto das estações de metrô, prática adotada nas grandes capitais da Europa.
A lei feita pela prefeitura de São Paulo também prevê a obrigação de que os novos empreendimentos públicos e privados deixem parte do seu terreno, em média 10%, para a área verde.
O intuito, neste caso, é aumentar a área permeável da cidade, para diminuir as enchentes da cidade.
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