PF prende 16 em ação contra tráfico internacional de drogas em 5 Estados
A Polícia Federal, em operação conjunta com a Receita Federal, prendeu 16 pessoas nesta segunda-feira (15) de uma quadrilha que promovia tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.
O bando atuava havia pelo menos dez anos, trazendo cocaína do Peru e da Bolívia para o Brasil, em um elaborado esquema de importação de drogas e ocultação de patrimônio. Foram necessários 300 policiais federais para desmantelá-lo, numa operação realizada em cinco Estados –Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Bahia e Sergipe.
Um de seus principais integrantes, Alexandre Teodoro de Souza, o China, detido nesta segunda, tinha ligações antigas com o grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele chegou a ser preso por lavagem de dinheiro para a facção em 2006. A polícia ainda não sabe se suas atuais atividades eram vinculadas ao PCC.
Com uma vida de ostentação, a maioria dos investigados vivia em Londrina, no norte do Paraná, e em Campinas (SP). Moravam em condomínios de luxo, dirigiam automóveis importados e possuíam lanchas e jet skis. O patrimônio da quadrilha, segundo estimativa da PF, é de R$ 40 milhões.
"A confiança na impunidade era absurda. Eles tinham certeza de que não seriam pegos e que Londrina era seu porto seguro", diz o delegado federal Elvis Secco, coordenador da ação, apelidada de Operação Ferrari.
Com os criminosos, foram apreendidos 42 carros de luxo, como BMWs, Land Rovers e um jipe. Um caminhão cegonha teve de ser contratado para levar os veículos de São Paulo a Londrina, sede das investigações. Relógios, joias, caminhões e R$ 630 mil em dinheiro também integram a lista de apreensões.
Divulgação/PF | ||
Carros apreendidos durante operação Ferrari; 16 pessoas foram detidas em cinco Estados |
MODUS OPERANDI
A quadrilha importava a cocaína em pequenas quantidades, mas com bastante intensidade. Quase semanalmente, uma carga chegava ao país pela cidade de Mundo Novo (MS), na fronteira com o Paraguai.
O produto era transportado pelo interior de MS e PR e refinado em laboratórios em Indaiatuba (SP) e Salvador (BA). O destino eram os mercados da Bahia e interior de São Paulo.
Os integrantes do esquema buscavam o dinheiro das vendas de avião ou de carro. Em Londrina, eles se passavam por empresários de postos de combustíveis, transporte e revenda de veículos. Por meio dessas empresas, lavavam o dinheiro oriundo do tráfico.
A PF começou a investigar o bando há pouco mais de um ano. Chamou a atenção a ficha criminal de alguns dos integrantes, que inclui homicídio qualificado e tráfico de drogas, e o elevado patrimônio dos supostos empresários.
"Como pessoas como essas, com condenações por tráfico, roubo, poderiam estar em Londrina adquirindo empresas e tendo uma vida de alto padrão?", questiona o delegado Secco.
Em outubro do ano passado, um dos integrantes chegou a ser pego com R$ 520 mil em dinheiro vivo numa mala, no aeroporto de Viracopos, em Campinas, quando voltava de uma viagem a Salvador. O dinheiro, diz a PF, era proveniente do tráfico.
Quatro pessoas ainda estão foragidas –duas em Mundo Novo (MS), uma em Salvador e outra em Indaiatuba. Os demais presos serão transferidos para Curitiba, onde dividirão a carceragem da PF com os acusados da Operação Lava Jato.
A reportagem não conseguiu o contato do advogado do único preso que teve o nome divulgado.
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