Ciclovia deveria ser abraçada por todos os partidos, diz Haddad sob vaias
O prefeito Fernando Haddad (PT) foi vaiado na manhã deste domingo (28) por um grupo de pessoas durante a cerimônia de inauguração da ciclovia na avenida Paulista, região central de São Paulo. Quando o petista realizou o trajeto pela ciclovia, no entanto, ele foi aplaudido por cicloativistas.
"Isso aqui não é uma política partidária, é uma política que deveria ser abraçada por todos os partidos", disse o prefeito, sob gritos de "Petrolão" –em referência ao esquema de corrupção envolvendo a Petrobras– e "pedaladas da Dilma" –manobras fiscais usadas pelo governo Dilma Rousseff para fechar suas contas.
O prefeito atribuiu o protesto a "infiltrados", mas disse que respeita a manifestação. Os gritos contra o prefeito vieram de dentro do Hospital Santa Catarina. Cicloativistas rebateram em apoio ao prefeito.
O advogado Henrique Vilela de Souza, 39, foi um dos que vaiaram Haddad. "Falei contra a ideologia de gênero, que é um absurdo, e contra as pedaladas da Dilma", disse.
Ele afirmou que não pertence a nenhum partido e que petistas não conseguem entender que a maioria da população está contra o PT. Por ser de outra cidade, que não quis revelar, Souza afirmou não ter opinião formada sobre a ciclovia.
O secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, ironizou o protesto. "Parece que os doentes estavam do lado de fora, não do lado", disse.
Ele também brincou sobre o fato de alguém ter atirado tinta azul na ciclovia. "Alguém devia estar comemorando", disse. Tatto afirmou ser a favor de fechar a Paulista para carros todos os domingos, mas que isso está em estudo. "Seria bom transformar a Paulista num grande parque".
CICLOVIA NA AVENIDA PAULISTA
Com 2,7 km, a ciclovia da avenida Paulista, na região central de São Paulo, se estende da praça Oswaldo Cruz (Paraíso) à Consolação. Com isso, a gestão Fernando Haddad (PT) atinge a marca de 334,9 km de vias exclusivas para bicicletas em toda a capital paulista.
Na altura da rua Haddock Lobo, já no final da via, com o término do canteiro central, ela continua na faixa da esquerda até a rua da Consolação e segue à direita entre a Consolação e a avenida Angélica.
Se os ciclistas comemoram porque vão trafegar com mais conforto e segurança pelo tapete vermelho, há temor de que falte espaço para acomodar os mais de 1,5 milhão de pedestres que circulam diariamente pela avenida.
A questão divide a opinião de especialistas em engenharia de tráfego. Alguns afirmam que o desenho da pista causa risco de o pedestre ser "espremido" no canteiro central da Paulista se houver trânsito intenso de bicicletas. Outros dizem que a programação dos semáforos da avenida dá ao pedestre tempo suficiente para atravessar e o espaço das "ilhas" criadas no canteiro central será suficiente para acomodar a todos.
A inauguração da ciclovia é vista também como um teste para o projeto de fechar a via para automóveis todos os domingos.
O plano, ainda em estudo, seria transformar o principal cartão postal de São Paulo numa espécie de praça a céu aberto, onde usuários de bicicletas, skates, patins e pedestres iriam se misturar aos artistas de rua que se apresentam por ali.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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