Ex-jogador Edílson é investigado pela PF em esquema de fraude de loterias
A Polícia Federal deflagrou uma operação na manhã desta quinta-feira (10) para desarticular uma quadrilha especializada em falsificar bilhetes de loteria premiados. Em um ano de investigação, a PF identificou prejuízos de pelo menos R$ 60 milhões.
Estão sendo cumpridos 54 mandados judiciais: cinco de prisão preventiva, oito de prisão temporária, 22 de condução coercitiva e 19 de busca e apreensão em Goiás, na Bahia, em São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal.
A Folha apurou que a casa do ex-jogador da seleção brasileira de futebol Edílson da Silva Ferreira, que fez parte da equipe que conquistou o pentacampeonato em 2002, foi um dos alvos de busca e apreensão.
Um primo de Edílson, cujo nome não foi revelado, foi preso na mesma operação. O advogado do ex-atleta da seleção, Thiago Phileto, afirmou, porém, que seu cliente sequer tinha conhecimento da existência do esquema.
A Polícia Federal não confirma o nome dos envolvidos.
O esquema contava com a participação de clientes e gerentes da Caixa Econômica Federal, banco alvo da quadrilha. Os criminosos mapeavam quais premiações não foram pagas aos verdadeiros ganhadores, que não foram sacá-los.
Esses valores, não retirados, abastecem o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil). Só no ano passado, ganhadores de loterias deixaram de resgatar R$ 270,5 milhões da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-Sena e Timemania.
Correntistas que mantinham grandes quantias no banco cooptavam os gerentes para convencê-los a participar do golpe. Eles tinham de liberar o dinheiro dos prêmios a pessoas indicadas pela quadrilha, que apresentavam o bilhete premiado falso. Entre esses correntistas estaria o ex-jogador Edílson.
Durante a investigação, a PF identificou a atuação de um doleiro no esquema. Ainda de acordo com a Polícia, a organização criminosa praticava outros delitos, como fraude na utilização de financiamentos do BNDES e do Construcard.
A "Operação Desventura", como foi batizada, contou com informações passadas pelo Setor de Segurança Bancária Nacional da Caixa.
Os suspeitos vão responder por estelionato qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos públicos e evasão de divisas.
'CAPETINHA'
O atacante Edílson "Capetinha" jogou em clubes como Flamengo, Palmeiras e Corinthians, por onde foi campeão mundial em 2000. Ele também estava no elenco da Seleção Brasileira pentacampeã mundial, em 2002, na Copa da Coreia e do Japão. O atacante está aposentado desde 2010.
O ex-jogador foi preso no ano passado por não pagamento de pensão alimentícia. Pagou o que devia e acabou sendo solto dias depois.
OUTRO LADO
Defensor do ex-atleta da seleção, Thiago Phileto disse ainda desconfiar que a PF chegou a Edílson por causa da prisão de um dos suspeitos, cujo nome ele não soube informar.
"Ele conheceu esse rapaz numa festa, que queria montar um negócio com ele, usar a imagem do Edílson, mas meu cliente não correspondeu, se afastou. Nem atendeu mais as ligações", contou o advogado.
Phileto afirmou ainda que Edilson não tinha qualquer relação de amizade com o suspeito em questão. "Tenho certeza de que, assim que a PF aprofundar as investigações, o nome de Edilson será excluído", previu o advogado.
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