Ao furar bloqueio no Rio, jovem é morto por militar com tiro de fuzil
Um jovem de 21 anos foi morto por um tiro de fuzil disparado por um militar da Marinha na noite desta sexta-feira (11) na Ilha do Governador, na zona norte do Rio.
Segundo o Comando do 1º Distrito Naval, em torno das 23h, os militares interromperam o trânsito na rua Jaime Perdigão para a saída de uma carreta da unidade militar situada nesta mesma via. Durante este procedimento, o carro de Felipe Jordão da Silva Ferreira se aproximou "em alta velocidade", furou o bloqueio militar e atropelou o sargento Wanderson Almeida Noia de Oliveira.
De acordo com a Marinha, outro fuzileiro naval, que também participava da escolta, "reagiu disparando um tiro contra o veículo".
Felipe Ferreira, que estava ao volante, foi atingido no pescoço e perdeu o controle do carro, que bateu em uma árvore. Ele morreu em seguida. No mesmo carro estava a irmã do rapaz, Fernanda Ferreira, 23, que teve apenas ferimentos leves.
Ela confirmou à Folha que seu irmão atropelou o militar. Também ressaltou que não houve qualquer tipo de abordagem, antes de o carro virar alvo dos tiros de fuzil.
Thiago Lontra/Ag. O Globo | ||
Carro de Felipe Ferreira, 21, morto por um tiro de fuzil disparado por um militar, no Rio |
"O Felipe estava um pouco sonolento e, como o vidro do carro era muito escuro, não viu quando atropelou o homem. Foi muito rápido e ele não conseguiu frear, mas tentou desviar. Quando a gente viu, já tinha atropelado", disse Fernanda Ferreira.
"Logo depois veio o tiro, não sei de onde. Quando foi atingido, ele gritou, tentou falar alguma coisa pra mim, mas caiu morto", relatou a irmã.
Antes de ser baleado, Felipe Ferreira e Fernanda estiveram no aeroporto Internacional do Galeão (na Ilha do Governador), onde trabalha a namorada do rapaz. Como ela não estava no local, os dois irmãos seguiram para outro endereço e neste caminho entraram na rua Jaime Perdigão.
Jucimar Francisco, primo de Ferreira, disse que ele não tinha carteira de motorista, mas fazia aulas de direção.
O sargento atropelado foi transferido para o hospital naval Marcílio Dias e está em observação, segundo a Marinha.
O corpo de Ferreira deve ser velado neste domingo, no cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador.
A Marinha informou ainda que um Inquérito Policial Militar foi instaurado para "apurar os fatos e responsabilidades do incidente". A Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio também investiga o caso.
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