Obra de 500 km de calçadas em São Paulo começa por avenida 'calma'
Eduardo Knapp - 5.out.2015/Folhapress | ||
Funcionários da prefeitura trabalham na obra de calçada na av Bento Guelfi, em São Mateus, zona leste |
Com foco na periferia, a gestão Fernando Haddad (PT) iniciou o programa de construção de calçadas que prevê cobrança dos donos de imóveis que não se adequaram à legislação municipal.
O primeiro endereço escolhido, a av. Bento Guelfi, em São Mateus (zona leste), contribuiu para que o projeto começasse sem polêmica. Ali, a calçada substitui o terrão em frente a terrenos desocupados, quase sem moradores para arcar com a despesa.
Editoria de Arte/Folhapress |
Pela lei, a calçada é de responsabilidade do dono do imóvel. Em caso de descumprimento de regras, a prefeitura está autorizada a fazer a obra, mas isso não vinha ocorrendo até o momento.
A cobrança prevista é de R$ 40 para cada metro quadrado de passeio.
A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras afirma que iniciou as obras em regiões que hoje não têm nenhum calçamento, mas também constam do cronograma pontos como a av. São João.
O objetivo é fazer o equivalente a 500 km de calçadas. Do total, 85% serão em frente a imóveis particulares. A maioria (60%), em locais sem calçamento e o restante, em calçadas degradadas.
A um ano da eleição, deve ser privilegiada a periferia da cidade, tradicional base petista onde muitas obras da prefeitura estão atrasadas.
Quase um quarto da construção de calçadas será feita no perímetro da subprefeitura de Capela do Socorro, região de influência da família do secretário dos Transportes Jilmar Tatto.
A gestão Haddad justifica a escolha afirmando que ela é a segunda maior da cidade e fica 90% em área de manancial. "[A região] possui diversas estradas vicinais antigas que, com o processo de urbanização, passaram a ser ruas e avenidas sem pavimentação e calçadas adequadas", afirmou a gestão, em nota.
Em São Mateus, os moradores elogiam as melhorias, mas dizem não estar sabendo de cobranças. "Quando chovia, a gente ficava aqui no barro", diz a aposentada Maria da Silva, 68.
Questionada, a prefeitura informou que os proprietários dos imóveis na avenida foram notificados.
A gestão afirma ainda que, em áreas de favelas e ocupações irregulares, não haverá nenhuma cobrança.
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