Cantareira estaria melhor se Alckmin agisse antes, diz presidente de agência federal
O presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu Guillo, disse em entrevista à Folha que o sistema Cantareira teria hoje 15 pontos percentuais a mais de água caso o governo Geraldo Alckmin (PSDB) tivesse adotado as medidas de redução de vazão e racionamento no momento indicado, em 2014. O conjunto de represas deixou de depender nesta quarta (30) da água do fundo das represas para abastecer parte dos moradores da Grande São Paulo.
"Fica evidente que, se o governo tivesse tomado em 2014 as medidas de redução de vazão adotadas em 2015, nós teríamos mais 150 milhões de metros cúbicos de água e estaríamos com 15% do Cantareira. Houve um despreparo por parte da Sabesp e a conjuntura política interferiram muito nas medidas adotadas", afirmou.
Em agosto, a Folha calculou que os reservatórios de São Paulo poderiam ter 51% mais água, caso o governo do Estado tivesse agido antes.
O ano de 2014 era de campanha eleitoral, em que Alckmin se elegeu no primeiro turno ao cargo de governador, alegando que não existia e nem existiria falta de água no Estado. Após a eleição, já no final de 2014, a Sabesp e a gestão Alckmin decidiram instaurar uma política que punisse moradores da Grande São Paulo que aumentasse o consumo de água –medida considerada impopular.
Editoria de Fotografia | ||
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Para o presidente da ANA, o principal responsável pelo atual estágio de recuperação do Cantareira foi aumento do volume de chuvas causado pelo fenômeno el niño.
"As chuvas acima da média foram fator preponderante para esta melhora. Claro que temos de continuar acumulando muita água e combinar as medidas de redução de vazão para atravessar o período seco [de 2016] sem usar o volume morto", afirmou.
O volume morto é uma extensa porção de água que fica abaixo dos túneis de captação da Sabesp nas represas do Cantareira e somente é retirada com a ajuda de bombas especiais.
Guillo diz que o mais importante agora é manter o ritmo de economia. "A primeira coisa que a chuva lava é a memória da seca e nós não podemos perder essa memória. A mudança de hábito de consumo tem de ter vindo para ficar porque quanto mais economizarem, mais segurança hídrica terão no futuro", concluiu.
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