Secretário da Segurança e mãe de jovem ferido por bomba em ato se encontram
Uma semana após seu filho ser ferido pela explosão de uma bomba durante protesto contra o aumento da tarifa do transporte público, na avenida Paulista, a professora da PUC e jurista Ana Amélia Mascarenhas Camargos encontrou-se com o secretário da Segurança Pública Alexandre de Moraes nesta terça-feira (19).
Gustavo Mascarenhas Camargos Silva, 19, teve parte do polegar da mão direita dilacerado por um estilhaço de bomba de gás lacrimogêneo atirada pela Polícia Militar e precisou ser internado no Hospital Albert Einstein, onde passou por uma cirurgia de implante ósseo.
A reunião foi intermediada pelo professor de direito da Faculdade de Direito da USP Otávio Pinto e Filho, amigo de Moraes e Ana Amélia.
Segundo a mãe do jovem, ela disse ao secretário que espera por um pedido de desculpas formal do Estado aos feridos por policiais durante a manifestação e que não estavam depredando bens públicos ou privados. "Ele reconhece que houve feridos e sobre o pedido de desculpas afirmou que conversaria com o governador, mas não reconheceu que houve excessos."
Ana Amélia diz que Moraes foi cortês e se mostrou preocupado com a violência nos protestos organizados pelo MPL (Movimento Passe Livre).
Arquivo Pessoal | ||
Gustavo Mascarenhas teve parte do polegar da mão direita dilacerado por um estilhaço de bomba |
À professora da PUC, o secretário afirmou que uma das causas é a falta de diálogo com o MPL, que não divulga seu itinerário antes das manifestações e não se posiciona de forma mais forte em relação a presença de black blocs durante dos protestos –o que o obriga a pasta a aumentar o efetivo policial presente a esses atos em relação a outras ocasiões.
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública afirma que durante o encontro, Moraes apresentou estudos que serão levados à comissão anunciada na última segunda-feira (18) pelo Ministério Público –que pretende regulamentar a organização de manifestações.
Presente à reunião, Pinto e Filho afirma que Moraes "foi muito claro ao dizer que não quer que nem os 'black blocs' fiquem feridos nas manifestações", mas acha que é importante o Estado pedir desculpas às vítimas.
O professor de direito da USP tem uma filha de 21 anos que estaria no protesto desta terça-feira (19) do MPL. "Tranquilo nunca fico, porque não se sabe o que pode acontecer", afirma.
Gustavo, que não foi ao encontro com o secretário, passará dois meses com o polegar imobilizado. Recém-aprovado em arquitetura, ele ainda não sabe como fará para cursar as aulas do início do curso na Escola da Cidade.
Após o encontro com o secretário, Ana Amélia afirmou que ainda pretende processar o Estado.
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