Contra alta das tarifas, manifestantes interditaram parte da av. 9 de Julho
Ao menos 20 manifestantes ligados ao MPL (Movimento Passe Livre) protestaram na manhã desta quinta-feira (21) pelas ruas do centro de São Paulo, contra alta das tarifas do transporte na cidade.
O protesto começou por volta das 7h40 e, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ocupou duas faixas da avenida 9 de Julho, sentido centro, na região da Bela Vista. A companhia informou que a manifestação terminou na praça da Sé, por volta das 8h30.
Durante a caminhada, os manifestantes deixaram apenas o corredor de ônibus da via liberado. A Polícia Militar acompanhou o grupo, que carregava faixas e cartazes com pedindo catracas livres. Integrantes do MPL disseram que haverá outro ato contra o aumento da tarifa nesta quinta, às 17h, saindo do terminal Parque Dom Pedro (centro).
O movimento ainda não divulgou o trajeto que fará no protesto no final da tarde desta quinta. Os alvos são o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). A tarifa aumentou no dia 9 de R$ 3,50 para R$ 3,80 –valor inferior à inflação acumulada, de 10,7%.
PROTESTOS ANTERIORES
Na última terça (19), cinco manifestantes chegaram a ser detidos durante o quarto protesto do MPL, mas, depois foram liberados. A Secretaria da Segurança Pública informou que os dois rapazes detidos no início do protesto, por portarem um martelo e um estilingue, foram levados para o 14° DP, onde foi feito um registro de apreensão de objetos, e, depois, foram liberados.
Em relação aos demais, a secretaria informou que eles foram liberados ainda no local porque não ficou constatado que eles eram os responsáveis por atear fogo em lixeiras no centro da capital paulista.
O protesto causou o fechamento de comércios e estações de metrô e terminou com episódios pontuais de vandalismo no centro da cidade. No fim do ato, por volta das 22h, quando a maioria dos manifestantes havia ido embora, uma agência bancária foi depredada na rua Barão de Itapetininga e um grupo que participava do ato colocou fogo em lixeiras na rua Sete de Abril.
Ativistas tentaram pular as catracas na estação República do metrô e bloquear a avenida Ipiranga e foram impedidos. A PM usou bombas no fim do protesto em ao menos duas ocasiões. Durante o tumulto, trens não pararam na estação República, que ficou com portas fechadas, assim como a Anhangabaú.
No protesto, o Passe Livre decidiu dividir a manifestação, que saiu da esquina das avenidas Faria Lima e Rebouças (zona oeste). Por volta das 19h, a maior parte seguiu em direção à prefeitura, no centro. Outra foi para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado, no Morumbi (zona oeste).
De acordo com a Polícia Militar, ao todo 1.200 pessoas participaram dos dois atos. Já o Passe Livre estimou em 7.000 o número de participantes do maior grupo, que seguiu ao centro. Além disso, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) fez dois atos nos extremos sul e leste, também contra a alta da passagem.
COMÉRCIO
O grupo que seguiu rumo ao Morumbi passou em frente a vários estabelecimentos de luxo, sempre gritando "burguês, a culpa é de vocês". O shopping Iguatemi, na av. Brig. Faria Lima, fechou durante a passagem do ato. Seguranças cercaram todo o centro de compras.
Pouco depois de chegar ao Palácio dos Bandeirantes, que estava cercado por grande número de policiais, os manifestantes se dispersaram.
Já o protesto que terminou no centro teve desfecho diferente. Os manifestantes chegaram a empurrar a porta da prefeitura, sendo contidos por outros ativistas, e houve confusão no metrô. Além de depredar uma agência do Bradesco na rua Barão de Itapetininga, os manifestantes incendiaram lixeiras na rua Sete de Abril.
A PM soltou bombas na região da República após um manifestante atirar uma pedra. Depois, os policiais voltaram a usar os artefatos contra os manifestantes que fizeram barricadas com latas de lixo em chamas.
O Passe Livre divulgou o trajeto cinco horas antes do início do protesto –a Secretaria da Segurança Pública criticou a pouca antecedência.
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