Previsão de vacina contra zika em um ano é ambiciosa, diz diretor da OMS
O diretor de estratégia da OMS (Organização Mundial da Saúde), Christopher Dye, disse nesta sexta (12) considerar "ambiciosa" a previsão de que uma vacina contra o vírus da zika esteja pronta em um ano para iniciar testes clínicos, como chegou a estimar o governo brasileiro.
"Faz-se uma comparação com [a vacina contra] ebola. Mas já tinham sido desenvolvidos precursores dessa vacina. Por isso foi relativamente rápido."
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, tinha feito, no dia anterior, ao firmar parceria com os EUA, a previsão de realizar os testes em humanos em um ano.
Para Dye, é preciso levar em conta os passos de desenvolvimento de uma vacina, como também alertou na reunião anual da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência) Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infeciosas dos EUA.
Meses antes de passar aos testes clínicos, diz Dye, é importante saber se a produção de anticorpos induzida pela candidata à vacina tem efeito protetor.
Outro aspecto importante, diz o diretor da OMS, é definir o que se pretende com a vacina. Uma coisa é obter proteção completa contra a infecção, outra é prevenir seus efeitos colaterais mais graves, como os distúrbios neurológicos (microcefalia e outros).
MICROCEFALIA
"Não irão ocorrer testes [clínicos] em grande escala de vacinas em menos de 18 meses", disse Marie-Paule Kieny, vice-diretora da OMS encarregada do departamento de sistemas de saúde e inovação.
A expectativa da organização é que leve ao menos três anos para que todo o processo seja concluído.
A OMS informou que pelo menos 15 empresas e grupos desenvolvem atualmente pesquisas na área.
Kieny disse ainda que a organização acredita cada vez mais na probabilidade da relação entre a zika e os casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré, mas ressaltou que a confirmação científica deve ocorrer dentro de quatro a oito semanas.
"Temos algumas poucas semanas para ter certeza da causalidade, mais a ligação entre zika e síndrome de Guillain-Barré é altamente provável", disse Marie-Paule Kieny.
Com agências de notícias
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