Sete carros usados em mega-assalto em Ribeirão são achados em canavial
A Polícia Militar localizou sete dos veículos utilizados pela quadrilha que praticou um mega-assalto a uma empresa de transporte de valores na última terça-feira (5) em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).
Os veículos foram encontrados por funcionários de uma usina de açúcar e etanol numa lavoura de cana-de-açúcar no distrito de Cruz das Posses, de acordo com a SSP (Secretaria do Estado da Segurança Pública).
Segundo a polícia, são veículos roubados, a maioria blindados, tinham placas falsas e foram abandonados a cerca de 20 quilômetros do local do assalto. Entre eles há um furgão e um pequeno caminhão, além de carros com motores potentes.
A polícia estima que os assaltantes usaram de 12 a 15 veículos na ação, que contou com ao menos 20 ladrões. A quadrilha usou caminhões e até uma retroescavadeira para bloquear ruas no entorno da empresa Prosegur, no bairro Campos Elíseos, a dois quilômetros do quartel da Polícia Militar na cidade.
Alfredo Risk | ||
Bandidos explodem empresa de valores em Ribeirão Preto |
No interior dos veículos, foram encontrados documentos internos da Prosegur que mostram a movimentação financeira de carros-forte, munição e sobra de pregos utilizados para impedir a chegada de carros da polícia ao local do crime.
MEGA-ASSALTO EM RIBEIRÃO-PRETO |
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Além disso, o furgão, o caminhão e alguns dos veículos achados na zona rural foram flagrados por câmeras de segurança de estabelecimentos comerciais na avenida da Saudade, onde fica a sede da empresa em Ribeirão.
O grupo trocou tiros com a polícia por cerca de uma hora. Há marcas de tiros de metralhadoras.50 –usadas em baterias antiaéreas– e fuzis em imóveis das redondezas. Na fuga, um tiro matou o policial rodoviário Tarcisio Wilker Gomes, 43. A ação da quadrilha também resultou na morte do morador de rua Ubiratan Soares Berto, 38, que teve 60% do corpo queimado após ladrões atearem veículos na fuga.
INVESTIGAÇÃO
A investigação está sendo feita pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), com apoio de duas equipes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). A polícia ainda não tem pistas dos suspeitos de arquitetar o roubo.
Uma chácara em que os criminosos se hospedaram nos dias que antecederam o ataque foi localizada pela polícia. Ela fica perto do km 320 da rodovia Anhanguera. No local, foram encontrados artefatos para a fabricação de bombas caseiras, luvas e perucas, possivelmente utilizados no ataque.
O delegado João Osinski Júnior, diretor do Deinter 3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), estima que a quantia roubada chegue próximo de R$ 60 milhões, baseado nos valores de roubos anteriores. Ele disse acreditar que a quadrilha veio de São Paulo ou Campinas, cidades onde ocorreram crimes semelhantes.
"Ninguém acredite que do dia para noite nós vamos prender os bandidos, pois a preocupação não é pegar o formiguinha, mas quebrar a espinha dorsal da quadrilha, pois senão vai acontecer isso [assalto] em tudo quanto é lugar, colocando em risco a sociedade", afirmou o delegado.
É o quarto roubo do gênero em cidades paulistas desde novembro. Houve dois episódios em Campinas (novembro e março) e outro em Santos (abril). À exceção do caso de março, que atingiu a empresa Protege, nos outros três o alvo foi a Prosegur, incluindo o último roubo, em Ribeirão. Foram ao menos 15 ataques a veículos e empresas de transporte de valores em sete Estados.
No vídeo é possível ouvir os disparos feitos pelo grupo durante roubo a empresa de valores
RECOMPENSA
O governo do Estado anunciou o oferecimento de uma recompensa de R$ 50 mil a quem der informações que contribuam para a prisão da quadrilha e dos responsáveis pelas mortes de um policial rodoviário e de um morador de rua.
O anúncio foi feito pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta quinta-feira (7). Segundo o Estado, o pagamento será feito por informações que efetivamente contribuam com a investigação do caso.
De acordo com o governo do Estado, as denúncias que levem à prisão dos autores das mortes e do roubo à empresa deverão ser feitas pelo Webdenúncia. As informações fornecidas serão repassadas às polícias Civil e Militar.
Ao término do cadastramento das informações no site, o denunciante receberá um número de protocolo e uma senha para acompanhar anonimamente o andamento da denúncia. Se a informação for importante e resultar em recompensa, o denunciante receberá um número de cartão bancário virtual para fazer o resgate da recompensa em caixas eletrônicos do Banco do Brasil.
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