Para polícia, movimento sem-teto foi criado para vender drogas em SP
A Polícia Civil afirmou que o PCC (Primeiro Comando da Capital) articulou a criação de um movimento sem-teto para usá-lo como fachada para a venda de drogas na cracolândia e na região central.
Os líderes do MSTS (Movimento Sem-Teto de São Paulo) estão entre os 37 presos em uma operação realizada nesta sexta (5) contra o tráfico de drogas, que gerou diligências na cracolândia e no Cine Marrocos (prédio no centro ocupado pelo MSTS).
Entre os presos estão Robinson Nascimento dos Santos, coordenador-geral do MSTS, Lindalva Silva, vice-presidente do movimento, além do secretário-geral, Wladimir Ribeiro Brito, e da tesoureira, Elenice Tatiane Alves.
Operação na cracolândia contra tráfico de drogas
"PCC e MSTS se tornaram uma coisa só. Eles cobravam aquelas pessoas que residiam ali [na ocupação], todo o dinheiro arrecadado era investido no tráfico", afirmou o delegado Alberto Pereira Matheus Junior, do Denarc, em entrevista coletiva na tarde desta sexta.
A quadrilha é suspeita de vender 10 quilos de crack por dia na cracolândia, o que geraria um movimento de cerca de R$ 4 milhões ao mês. Na operação desta quarta, foram apreendidos 10 quilos de crack, 25 quilos de maconha, quatro carabinas, além de outras armas e dinheiro em espécie.
"Em setembro de 2013, os responsáveis pela organização do PCC no centro decidiram classificar e cadastrar todos os traficantes. São 54 traficantes, todos são cadastrados. Se alguém quiser participar da venda, tem que comprar um lugar e não pode entrar um a mais", afirmou o delegado Ruy Ferraz Fontes, também do Denarc.
Segundo a polícia, os membros do grupo sem-teto viviam vidas bastante confortáveis. "Apesar de serem sem-teto, eles moram em casas grandes. Uma delas, se não me engano a vice-presidente, mora numa casa muito grande na região do Jardim da Saúde. O Robinson, que é o presidente, mora no Jabaquara, numa casa grande também e é dono de uma casa de show chamada Caldeirão."
Dentro do MSTS, segundo a polícia, Wladimir Brito, conhecido como Wlad, era o responsável por comprar a droga do PCC.
Brito foi preso em Maceió (AL), para onde havia viajado em 28 de julho para comemorar o aniversário da namorada. Segundo a polícia, recentemente ele havia desviado R$ 70 mil da operação de tráfico para comprar uma casa para ela.
A reportagem não localizou nenhum advogado dos presos pelo telefone do MSTS ou no Cine Marrocos.
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