Nova manifestação por ambulante morto no Metrô de SP tem confusão
Marlene Bergamo/Folhapress | ||
Manifestantes "rebatizaram" estação Dom Pedro 2º do Metrô de SP em memória de ambulante morto |
Manifestantes realizaram nesta sexta-feira (30) um segundo protesto após a morte do ambulante Luiz Carlos Ruas na estação Pedro 2º do Metrô de São Paulo. Houve tumulto, mas sem feridos, detidos ou danos materiais, conforme o Metrô.
Ruas, conhecido como Índio, foi assassinado pelo segurança Alípio Rogério Belo dos Santos, 26, e pelo auxiliar de pedreiro Ricardo do Nascimento Martins, 21, na noite de Natal, no último domingo (25). Segundo testemunhas, ele tentou defender uma travesti de agressão da dupla e foi morto por espancamento dentro da estação –os agressores disseram que reagiam a um assalto.
O protesto desta sexta tinha como um dos objetivos mudar o nome da estação para o de Ruas. "Tirar o nome do opressor pelo nome do oprimido", diz o coletivo Catso (Coletivo Autônomo dos Trabalhadores Sociais) no chamado para a manifestação em uma rede social. O ato protestava ainda contra a "conivência do metrô e de uma parte da sociedade que mata por ser pobre e espanca pela condição sexual", conforme a descrição do evento. Além do coletivo, outros movimentos sociais estiveram presentes, como a Pastoral do Povo da Rua de São Paulo.
Espancamento no Metrô de SP |
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No dia do crime, não havia agentes de segurança no interior da Pedro 2º, como admitiu em nota o próprio Metrô. Por outro lado, a companhia e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) enfatizaram nesta semana que o número de agentes de segurança –cerca de 1.100, para todas as 64 estações (não contadas as estações da linha 4-amarela)– é adequado.
Segundo o Metrô, o protesto teve início às 15h na área externa da estação. Manifestantes colaram uma faixa com o nome de Ruas em uma das entradas, "rebatizando" a parada, e seguiram com o ato dentro da estação, onde houve a confusão. Uma estrutura havia sido montada com gradis para conter os manifestantes que eventualmente tentassem pular as catracas, o que, segundo o Metrô, ocorreu.
Os manifestantes então derrubaram e arrastaram as grades, gerando um pequeno tumulto, mas o protesto não foi além. O Metrô informa que a Polícia Militar fez um cordão de isolamento e, à 17h, o ato já tinha terminado.
Este foi o segundo protesto na estação após a morte de Ruas. Estiveram presentes figuras públicas como o padre Júlio Lancelotti e a vereadora eleita Sâmia Bomfim (PSOL), além da irmã de Ruas. Outro ato ocorreu na terça-feira (28), quando manifestantes reclamaram de "repressão seletiva" por parte do Metrô, já que, em situações envolvendo estudantes, por exemplo, seguranças agiram para intervir, e no espancamento de Ruas, não.
No dia seguinte, quarta, os assassinos confessos estiveram no local para prestar depoimento à Polícia Civil, e a presença de ambos na estação causou revolta em usuários do sistema, que chegaram a xingá-los e atirar objetos neles.
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