Após demolições, Salvador chega ao sexto verão sem barracas na orla

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Crédito: Raul Spinassé/Folhapress SALVADOR, BA, 13.01.2017: Após demolição de barracas, praias de Salvador ficam 'sem nada' no lugar. Barraca improvisada na praia de Stella Maris. (Foto: Raul Spinassé/Folhapress, COTIDIANO ) ***EXCLUSIVO FOLHA***
Tendas na praia de Stella Maris, em Salvador; comerciantes improvisam para atender turistas

JOÃO PEDRO PITOMBO
DE SALVADOR

Na praia de Stella Maris, uma das mais frequentadas de Salvador, estruturas de concreto e metal e quiosques inacabados jazem a poucos metros da praia.

Enquanto isso, na faixa de areia, tendas de vendedores ambulantes improvisadas são a única opção de alimentos e bebidas para os banhistas.

Seis anos após a demolição das mais de 300 barracas de praia, por determinação da Justiça Federal, a orla de Salvador chega a mais um verão sem uma solução definitiva para atender aos banhistas.

A demolição ocorreu sob alegação de ocupação indevida de área federal e danos ambientais. A solução foi construir quiosques na área do calçadão, nos moldes de outras cidades, como o Rio.

Em junho de 2014, a prefeitura licitou a instalação de 120 quiosques nas áreas de calçada da orla marítima.

Dois anos e meio após a licitação, só 30% das estruturas estão prontas. A expectativa da prefeitura é chegar ao final deste mês com 34 quiosques abertos em cinco praias.

O cronograma para instalação dos outros 86 quiosques, no entanto, ainda não está definido. "Há lugares em que não há espaço físico para instalação dos quiosques e vamos ter que adaptar para estruturas menores", disse Érico Mendonça, que era secretário de Turismo de Salvador até o fim do ano passado.

São três tipos de quiosques (com 30, 50 e 100 metros quadrados) destinados a serem bares, restaurantes, barracas de coco e tabuleiros de acarajé. Cabe às concessionárias a escolha das empresas que vão explorar os quiosques.

Os empresários que já estão com quiosques em funcionamento, porém, reclamam das exigências contratuais e da concorrência dos ambulantes.

Dono de barracas na praia de Piatã por mais de 30 anos, Gilson Lobo, 67, cuida do Quiosque Dona Flor desde o início desde ano. Ele diz que o valor do aluguel, taxas e multas cobradas pela concessionária tornaram o novo negócio pouco rentável.

Para Gilson, o predomínio dos ambulantes deu um aspecto de "favelização" à orla de Salvador, afastando os turistas. "Quando tinha barraca de praia, chegavam ônibus cheios de turistas na praia de Piatã. Hoje, a gente não vê mais isso, o turista vai para praias fora de Salvador", diz.

O impasse com as barracas atingiu também outros municípios do Estado.

Em Porto Seguro, uma decisão judicial chegou a determinar a demolição de grandes quiosques como o Axé Moi. Mas, após uma liminar, representantes destes locais negociam com a prefeitura e União com intermediação do Ministério Público Federal.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.